Conselho Federal da OAB institui o Prêmio Luiz Gama

Prêmio foi proposto por André Costa, conselheiro federal da OAB pela bancada do Ceará, e deve homenagear a cada gestão da Ordem dois juristas e uma instituição de destaque na defesa e na promoção da justiça social

Legenda: Vendido como escravo aos 10 anos, Luiz Gama conquistou a própria liberdade, se tornou escritor, poeta, jornalista, advogado, ativista abolicionista e republicano
Foto: Reprodução

O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) aprovou por unanimidade na última segunda-feira, 17, a criação do Prêmio Luiz Gama, que reconhece juristas e instituições de destaque na defesa e na promoção da igualdade, justiça social e dignidade da pessoa humana e no combate ao racismo e às desigualdades raciais, sociais e regionais. 
 
A primeira edição do prêmio, que será a concedido uma vez a cada gestão, está prevista para abril de 2021, durante a Conferência Nacional da Advocacia Brasileira. A ideia é homenagear com diploma e insígnia duas personalidades — preferencialmente, uma advogada e um advogado — e uma instituição ou entidade. A escolha fica a cargo da Diretoria da OAB, sendo necessária a aprovação, também, do Conselho Pleno do Conselho Federal da Ordem.
 
Autor da proposta que instituiu o prêmio, o conselheiro federal da OAB pela bancada do Ceará, André Costa, compreende a aprovação pelo Conselho Federal como “ato simbólico e representativo, um merecido reconhecimento à trajetória de um brilhante e corajoso advogado que lutou em defesa da liberdade, da democracia e da igualdade”, disse, se referindo ao advogado Luiz Gama, que, segundo André, “é referência para toda humanidade”.

Autor da proposta que instituiu o prêmio, o conselheiro federal da OAB pela bancada do Ceará, André Costa, compreende a aprovação pelo Conselho Federal como “ato simbólico e representativo
Legenda: Autor da proposta que instituiu o prêmio, o conselheiro federal da OAB pela bancada do Ceará, André Costa, compreende a aprovação pelo Conselho Federal como “ato simbólico e representativo"

Luiz Gama

Luiz Gonzaga de Pinto Gama nasceu em Salvador (BA). Aos 10 anos de idade, foi vendido como escravo pelo próprio pai. A partir dos 17 anos, aprendeu a ler e a escrever. Quando conquistou a própria liberdade, se tornou escritor, poeta, jornalista, advogado, ativista abolicionista e republicano. Antiescravista, dedicou sua vida a libertar escravizados negros, chegando a conseguir a libertação de mais de 500 pessoas até sua morte, em 24 de agosto de 1882.

Em novembro de 2015, 133 anos após sua morte, a OAB Nacional e a OAB São Paulo reconheceram a atuação de Luiz Gama como advogado conferindo a ele o título póstumo como “profissional da advocacia”. Em janeiro de 2018, o Estado Brasileiro escreveu seu nome no Livro de Heróis e Heroínas da Pátria e o declarou “Patrono da Abolição da Escravidão do Brasil”.

 


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