PMs são investigados por vídeo exaltando o Massacre do Carandiru em prédio da Rota
Secretaria da Segurança Pública de São Paulo alega que conduta dos PMs não condiz com as práticas da instituição
Policiais militares de São Paulo são investigados pela Corregedoria por terem exaltado o Massacre do Carandiru dentro de um prédio da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar). O momento foi registrado em vídeos que foram compartilhados nas redes sociais. As imagens foram divulgadas pelo Uol, inicialmente, no último fim de semana.
Segundo o g1, que também acessou as imagens, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) alegou que a conduta dos militares não condiz com as práticas da instituição e garantiu que "medidas cabíveis serão tomadas". Além disso, a pasta determinou a instauração de uma investigação por meio do Comando do Policiamento de Choque.
O ouvidor das polícias em São Paulo, Claudinho Silva, acrescentou ao portal que, assim que tomou conhecimento do ato, determinou a abertura de um procedimento na Ouvidoria e acionou a Corregedoria da Polícia Militar.
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Postura dos PMs
No vídeo, os PMs dançam e cantam uma música em exaltação ao Massacre do Carandiru, de 1992, que terminou com 111 pessoas mortas a tiros ou facadas. Cerca de 20 profissionais da segurança pública batiam palmas e sorriam enquanto cantavam os seguintes versos:
"Lá só tinha lixo, a escória, na moral"; "Foi dado 'pista quente' para derrubar geral"; "Bomba, facada, tiro e granada"; "Corpos mutilados e cabeças arrancadas"; "A minha continência, Coronel Ubiratan".
Massacre do Carandiru
O Massacre do Carandiru aconteceu em 1992. Naquele ano, a Polícia Militar invadiu a Casa de Detenção na Zona Norte de São Paulo para tentar conter uma rebelião de presos. Menos de meia hora depois, 111 internos estavam mortos — a tiros ou facadas.
Os PMs alegaram, à época, que atiraram em legítima defesa para se proteger dos presos, uma vez que, segundo eles, alguns estavam armados com pistolas e facas.
Em júri popular, 74 policiais militares foram condenados pelo assassinato de 77 detentos. Os outros 34 presos teriam sido mortos pelos companheiros de cela.