Ministério da Saúde volta atrás e recomenda vacinação de adolescentes contra a Covid-19
Imunização desse público deve começar pelas adolescentes grávidas, puérperas e lactantes, adolescentes com deficiência permanente e com comorbidades
O Ministério da Saúde recuou e decidiu retomar a orientação para a vacinação contra a Covid-19 de adolescentes sem comorbidades. Durante coletiva na noite desta quarta-feira (22), o secretário-executivo da pasta, Otávio Moreira Cruz, justificou que a suspensão era uma “medida cautelar”.
Na ocasião, ele acrescentou que "os benefícios da vacinação são maiores que os eventuais riscos de efeito adversos".
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Como funcionará
De acordo com o órgão, a vacinação desse público deve começar pelas adolescentes grávidas, puérperas e lactantes, adolescentes com deficiência permanente e com comorbidades. Em seguida, vêm os de 12 a 17 anos privados de liberdade.
Também de acordo com o Ministério da Saúde, a orientação é que os estados e municípios utilizem apenas a vacina da Pfizer/BioNTech, a única autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para essa faixa-etária.
Sem comorbidades
Outra orientação da pasta é que a vacinação dos adolescentes sem comorbidades inicie só quando o estado ou município concluir a imunização dos grupos prioritários e dos que precisam da dose de reforço, como pessoas acima de 70 anos e imunossuprimidas.
Nesse caso, os idosos devem receber o reforço seis meses depois da conclusão do ciclo vacinal ou dose única, e os imunossuprimidos devem respeitar o intervalo de 28 dias após a segunda ou dose única.
Segundo a secretária extraordinária de enfrentamento à Covid-19, Rosana Leite de Melo, o Governo tem quantitativo suficiente para enviar doses para a imunização de adolescentes com ou sem comorbidades.
'Eventos adversos'
Na última quinta-feira (16), o Ministério da Saúde recomendou que estados e municípios imunizassem só as pessoas de 12 a 17 anos com comorbidades ou privadas de liberdade.
Pela orientação anterior, o restante deste grupo etário, incluindo quem já havia tomado a 1ª dose, não deveria mais ser imunizado.
Como justificativa, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, mencionara uma morte em investigação e leves "eventos adversos" em jovens.
Depois, ele informou que o óbito analisado não foi causada pela vacina da Pfizer. A adolescente tinha uma doença autoimune.
No mesmo dia, Anvisa, que autorizou somente aplicação da Pfizer em adolescentes no Brasil, enfatizou não haver evidências para a medida. Alguns estados não acataram a recomendação. Dentre eles, o Ceará.
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