Brasileiro procura Polícia na Argentina e diz ser criança desaparecida em 2015

Carlos Attias Boudoux estava sumido desde os nove anos, quando viajou para passar fim de ano com o pai

Escrito por Redação ,

A fisioterapeuta pernambucana Cláudia Franco Boudoux, de 44 anos, conseguiu uma boa notícia após anos de espera: o paradeiro do filho, Carlos Attias Boudoux, sumido aos nove anos de idade. De acordo com a mãe, Carlos, hoje com 13 anos, buscou por contra própria uma delegacia de Buenos Aires, na Argentina, dizendo que era o garoto desaparecido. As informações são do portal UOL.

Mãe e filho estão sem contato desde 2015, quando Carlos viajou para o país argentino para passar as festas de fim de ano com o pai, devendo voltar em 2016. No entanto, o pai nunca devolveu o garoto, o que fez Carlos entrar na lista de pessoas desaparecidas do país vizinho.

Cláudia entrou na Justiça argentina com um pedido para reaver a guarda do filho, tendo recebido uma decisão favóravel em fevereiro de 2019. O pai do menino foi preso em 2020 por obstrução da Justiça e sequestro, conforme a mãe, mas o filho seguiu desaparecido até 18 de janeiro deste ano.

Legenda: O pai do menino foi preso em 2020 por obstrução da Justiça e sequestro, conforme a mãe, mas o filho seguiu desaparecido até 18 de janeiro deste ano.
Foto: arquivo pessoal

"O pai está preso porque foi comprovado que estava escondendo a criança, mas o Carlos continuou desaparecido. A minha advogada me avisou da apresentação do meu filho em uma delegacia portando a identidade dizendo que era o desaparecido. Eu entrei em choque porque não estava preparada, apesar de sempre manter as esperanças. Me tremi toda", afirmou a mãe.

O fim das buscas foi divulgado Conselho dos Direitos de Meninas, Meninas e Adolescentes de Buenos Aires no último dia 19. "Queremos informar que terminou a busca pelo adolescente Carlos Attias Boudoux. Muito obrigado a todos que se preocuparam e colaboraram para o encontrar!", informou o órgão pelas redes sociais.

No momento, Carlos aguarda a chegada da família em um abrigo na capital argentina. De acordo com o jornal Clarín, o menino está saudável e lúcido.

"Graças a Deus o nosso caso terá um fim. Ele se apresentou na delegacia e estou esperando apenas o fim do recesso judiciário argentino para que eu seja autorizada a trazê-lo. Estamos programando ficar lá por cinco dias para resolver esses trâmites", disse a fisioterapeuta, que diz aguarda "muito ansiosa" pelo reencontro. Ela, contudo, ressaltou que respeitará o espaço do filho — "sempre sonhei com esse momento, sabemos que não será um reencontro fácil e irei respeitar o momento dele. A vontade é de chegar, abraçar e beijar, mas não sei o que irei encontrar".

O UOL contatou o Itamaraty a fim de saber se a Pasta está auxiliando o retorno de Carlos ao Brasil, mas não obteve retorno até a publicação da matéria.