Anistia acusa Israel de usar fósforo branco no Líbano; entenda prática que pode ser crime de guerra
O uso da substância em áreas civis é estritamente proibido pela convenção de Genebra de 1997
Em relatório publicado nesta terça-feira (31), a Anistia Internacional acusou Israel de usar ilegalmente munições de fósforo branco ao longo da fronteira sul do Líbano, inclusive em ataques "indiscriminados" que "devem ser investigados como crime de guerra".
O uso da substância em áreas civis é estritamente proibido pela convenção de Genebra de 1997, o que representa uma violação do direito internacional. O governo de Israel nega que tenha utilizado o fósforo branco na ocasião. As informações são do jornal O Globo.
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De acordo com Aya Majzoub, vice-diretora regional da Anistia Internacional para o Oriente Médio e Norte da África, "é mais do que horrível que o exército israelense tenha usado fósforo branco indiscriminadamente, violando a lei humanitária internacional. O uso ilegal de fósforo branco no Líbano, na cidade de Dhayra, em 16 de outubro, colocou seriamente em risco a vida de civis, muitos dos quais foram hospitalizados e deslocados, e cujas casas e carros pegaram fogo", disse.
Riscos do fósforo branco
O artefato tem um grande efeito incendiário e causa queimaduras graves, danos respiratórios e falência de órgãos, sendo de uso restrito pela lei internacional. Diferente do vermelho, encontrado em palitos de fósforo, o fósforo branco tem alta capacidade de combustão espontânea, sendo altamente tóxico e instável.
Ele possui a propriedade de voltar a queimar mesmo após ser apagado se entrar em contato com o oxigênio.
Ataques ao Líbano
Os ataques na fronteira sul do Líbano se escalonaram desde 7 de outubro, quando o grupo extremista Hamas bombardeou Israel. As ofensivas israelenses no Líbano deixaram pelo menos quatro civis e 48 militantes do grupo xiita libanês Hezbollah mortos.