Policiais penais encontram armas artesanais em parede falsa em presídio no Ceará; veja vídeo
Tampas de marmitas foram utilizadas para esconder os "cossocos", em uma "toca"
Policiais penais encontraram armas artesanais (conhecidas como "cossocos") em uma parede falsa, dentro de uma cela, na Unidade Prisional Professor Clodoaldo Pinto (UP-Itaitinga2), na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), na última quinta-feira (9).
Um vídeo, obtido pelo Diário do Nordeste, mostra um detento descascando a parede falsa (conhecida no Sistema Penitenciário como "tocas") e retirando cerca de 10 "cossocos" (feitos de ferro). Tampas de marmitas foram utilizadas para esconder as armas.
A Secretaria da Administração Penitenciária e Ressocialização (SAP) informou, por meio de nota, que "a descoberta dos objetos ocorreu durante o trabalho de reforma da Ala "E", da Unidade Prisional Professor Clodoaldo Pinto (UP-Itaitinga2), que está desativada para total restauração da sua estrutura física". Segundo a Pasta, a unidade passa pela primeira grande reforma desde que foi construída, no ano de 2009.
A presidente do Conselho Penitenciário do Ceará (Copen), advogada Ruth Leite Vieira, ressalta que "o grande trabalho e a grande dificuldade do policial penal é exatamente impedir que as 'tocas' sejam confeccionadas e que os presos façam as armas artesanais, os 'cossocos'".
Nós já tínhamos uma expectativa de que essas coisas tinham sido abolidas no Sistema. Mas não temos informações oficiais para concluir se há um aumento da força da criminalidade."
Nos últimos meses, o Sistema Penitenciário cearense registrou uma tentativa de fuga, pelo menos cinco fugas consumadas, brigas e até um motim.
Fontes que atuam nos presídios afirmaram à reportagem que houve um acirramento na briga entre as facções criminosas, no fim do ano passado, mas a Secretaria da Administração Penitenciária e Ressocialização nega a informação e trata os episódios como casos isolados.
"Duas correntes contraditórias circulam neste sentido. Uns dizem que a 'cadeia está esquentando' e que o Estado tem perdido o controle. Outros sustentam que são situações comuns e que a segurança segue sendo feita com eficácia", corrobora Ruth Vieira.