Polícia pede prisão do trio suspeito de matar irmãs em Caucaia, mas Justiça nega

As irmãs foram assassinadas a tiros em abril deste ano. Os investigadores apontaram em documento que as prisões são "de fundamental importância para desfecho da investigação"

Escrito por Redação , seguranca@svm.com.br
caucaia fachada
Legenda: O duplo homicídio ocorrido em abril deste ano é investigado na Delegacia Metropolitana de Caucaia
Foto: Rafaela Duarte

A Justiça do Ceará negou decretar mandado de prisão temporária para três suspeitos de matarem duas irmãs em Caucaia. As prisões do trio foram solicitadas pela Polícia Civil do Estado e chegaram a receber posicionamento a favor por parte do Ministério Público do Ceará (MPCE). No entanto, conforme decisão proferida na Vara Única do Júri da Comarca de Caucaia nessa quarta-feira (21), até então não há indícios plausíveis para prender os suspeitos.

A reportagem teve acesso a um documento no qual a Polícia indica que a prisão de José Thiago Pinto Pereira Forte, o 'Thiago Cocão'; Francisco Vitor Almeida de Azevedo Lima, 'Vitor Oião'; e João Gabriel Carneiro da Silva, 'Jack' ou também conhecido como 'Espalha Lixo' seria "de fundamental importância para o desfecho da investigação, já que há fortes indícios da participação direta deles no crime".

O trio chegou a ser procurado, mas não foi localizado para que pudesse ser interrogado e prestasse esclarecimento sobre os fatos, segundo os investigadores. Há informação que contra eles constam mandados de prisão em aberto devido a outros procedimentos criminais. 

"No presente caso, em que pese a representação policial pela prisão temporária, bem como o parecer do representante do Ministério Público opinando favoravelmente à decretação, não se verificam a meu ver indícios suficientes e seguros para o deferimento de tal medida constritiva, eis que o que há nos autos é basicamente o depoimento de duas testemunhas que na ocasião de suas inquirições apontaram a autoria aos representados destes autos, bem como a motivação do crime, todavia não mencionaram se presenciaram tais crimes, nem tampouco como tomaram conhecimento", segundo trecho da decisão da magistrada.

Entretanto, não se mostra suficiente para o decreto de tal medida constritiva apenas o seu fundamento, faz-se necessária obviamente e cumulativamente a fumaça de cometimento do crime, traduzida nos indispensáveis indícios suficientes de autoria, os quais ainda se mostram bastante frágeis nos presentes autos"
Thémis Pinheiro Murta Maia
Juíza de Direito

Duplo homicídio

As irmãs Maria Aparecida Freire Pereira e Ana Paula Mota Pereira foram mortas no dia 30 de abril de 2021, no Bairro Capuã em Caucaia, Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). As vítimas foram executadas a tiros e, conforme a perícia, tiveram seus rostos dilacerados pela quantidade excessiva de disparos efetuados pelos criminosos, "mostrando a total brutalidade do comportamento desses, que além de cometer o crime, intencionam passar uma mensagem de horror para a população", de acordo com inquérito.

Relatório policial mostrou que de 2019 até o fim do primeiro semestre de 2021, sete membros da mesma família das irmãs foram assassinados, supostamente vítimas de membros de uma facção criminosa. A investigação ainda apontou que há provas no inquérito que vão além dos depoimentos e "com fatos materialmente fundamentados em indícios objetivos e claros, que não necessitam de suposições, que são verdadeiramente o antagonismo de conjecturas, e que não dão margem mínima nenhuma de interpretação, sendo suficiente para neles se confiar".

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