MPCE pede prisão preventiva de policiais que atiraram contra 3 pessoas em Hidrolândia
Órgão também solicitou abertura de inquérito
O Ministério Público do Estado (MPCE) pediu, nesse domingo (11), prisão preventiva dos dois policiais militares que balearam três pessoas em Hidrolândia, no Ceará, na última sexta-feira (9). O pedido ocorreu por meio da Promotoria de Justiça Militar.
Conforme o promotor de Justiça Militar Sebastião Brasilino, o caso é de "nítido clamor público", além de ter abalado a hierarquia e a disciplina por parte dos agentes. O MPCE encaminhou os arquivos aos quais teve acesso para a Vara Única da Justiça Militar do Ceará, pedindo, também, abertura imediata de inquérito policial militar.
Para o promotor, o inquérito deve apurar a gravidade das lesões feitas nas vítimas atingidas. Os policiais foram ouvidos pelo comando do Batalhão ao qual são subordinados e tiveram as armas de fogo recolhidas para envio a Perícia Forense do Ceará (Pefoce).
Os policiais foram afastados das funções operacionais enquanto a Polícia Militar do Ceará (PMCE) apura o caso.
Nesse domingo, o governador Camilo Santana informou ter determinado "rigor absoluto" na investigação sobre o caso e apoio às vítimas por parte da Secretaria de Proteção Social (SPS).
Estado das vítimas
Raimundo Diogo, de 22 anos, recebeu alta da Santa Casa de Sobral na segunda-feira (12) e voltou para Hidrolândia. Ele corria o risco de ficar paraplégico, mas retomou os movimentos.
Já Pedro Henrique, de 21 anos, segue internado na unidade de saúde da Região Norte do Estado. A criança, que também foi atingida, está no Instituto Dr. José Frota (IJF), em Fortaleza.
Pedro Henrique perdeu a visão do olho direito, enquanto Raimundo Diogo teve a bala alojada retirada da coluna.
O menino, que tem dez anos, não teve estado de saúde divulgado oficialmente. A família, porém, espera que ele passe por cirurgia, para retirar a bala alojada no pescoço.
Grávida quase foi atingida
Amanda Carneiro, grávida de gêmeos com três meses de gestação escapou dos disparos. Namorada de Pedro e irmã da criança atingida, ela também estava no carro alvo dos policiais.
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De acordo com Amanda, ela e as vítimas foram a um campo de futebol para brincar e estourar bombinhas de São João, sendo surpreendidas pelos agentes quando saíram do local.
No momento da ação, Pedro Henrique seguiu conduzindo o veículo mesmo atingido. Ao pararem em um semáforo, Amanda e Diogo saíram do carro e pediram que os agentes cessassem os disparos.
A PMCE informou que a composição foi acionada para atender uma ocorrência de disparos de arma de fogo feitos por pessoas em um carro escuro. De acordo com a Corporação, um carro com as mesmas características foi localizado andando com os faróis desligados no bairro Nova Hidrolândia.