Facção criminosa cearense financiava esconderijo de chefe e comparsa em Goiás

O chefe do grupo criminoso continuava a dar ordens para homicídios em Fortaleza. O outro suspeito estava com passagem comprada para outro estado, mas foi preso antes

Escrito por Messias Borges , messias.borges@svm.com.br
Suspeitos presos em Goiás já foram recambiados para o sistema penitenciário cearense
Legenda: Suspeitos presos em Goiás já foram recambiados para o sistema penitenciário cearense
Foto: Divulgação/ PC-CE

Dois integrantes de uma facção cearense foram localizados e presos pela Polícia Civil do Ceará (PC-CE) em Goiás, onde viviam escondidos e eram financiados pela organização criminosa. Um deles era o chefe de um grupo que atuava na região do Vicente Pinzón, em Fortaleza, e, mesmo morando a mais de 2.000 km de distância, continuava a dar ordens para homicídios.

Felipe Pereira Silva, o 'Felipe Cabeça', de 31 anos, foi detido em uma residência no bairro Jardim de Ingá, no Município de Luziânia, no último sábado (29). O chefe da facção cearense tem passagens na Polícia por homicídio, integrar organização criminosa, receptação, roubo, crime contra a administração pública, porte ilegal de arma de fogo, adulterar identificação de veículo automotor e desacato.

Já o seu "braço direito", Mateus Andrade Ribeiro, o 'Kikita', 26, foi localizado em outro imóvel, no mesmo Município goiano, na última segunda-feira (31). Ele responde pelos crimes de roubo, porte ilegal de arma de fogo e associação criminosa. 

Veja também

Os dois homens tinham mandados de prisão em aberto por uma tentativa de homicídio, no Vicente Pinzón, em Fortaleza. Tanto Felipe como Mateus tentaram se desfazer de aparelhos celulares, ao verem policiais civis do Ceará e de Goiás, mas os objetos foram apreendidos.

A dupla levava uma vida confortável em Goiás, mas o objetivo era se esconder. "Estavam em casas relativamente boas, toda mobiliada, mas não era uma vida de luxo", revelou a delegada Patrícia Gonçalves, titular da 1ª Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da PC-CE, em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (3).

R$ 20 mil
seria o valor enviado pela facção criminosa cearense, por mês, para os suspeitos viverem em outro Estado, conforme informaram à delegada. Mas a Polícia Civil irá aprofundar as investigações para confirmar se procede esse valor ou se era ainda mais dinheiro.

Os suspeitos levavam uma vida confortável em Goiás, mas o objetivo era se esconder, segundo a Polícia Civil do Ceará
Legenda: Os suspeitos levavam uma vida confortável em Goiás, mas o objetivo era se esconder, segundo a Polícia Civil do Ceará
Foto: Divulgação/ PC-CE

Suspeito tinha passagem comprada

'Felipe Cabeça' morava em Goiás há pelo menos 4 meses, após passar por São Paulo, segundo a investigação da Polícia Civil. Após saber da prisão do seu chefe, 'Kikita' tinha um plano de fugir: policiais civis encontraram uma passagem para o Rio Grande do Sul com ele, para o dia seguinte à prisão, a última terça (1º).

Briga interna em facção levou a homicídios

Seis homicídios foram registrados no Vicente Pinzón, somente no mês de abril, após uma briga dentro da facção cearense, segundo a titular 1ª Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

"Houve uma cisão dentro de um grupo criminoso que atua lá. Em decorrência dessa cisão, alguns homicídios aconteceram nessa área. O 'Felipe Cabeça' é apontado como um mandante de alguns desses crimes. E o comparsa dele era investigado por participar de alguns desses homicídios", afirmou Patrícia Gonçalves.

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.
Assuntos Relacionados