Exército afirma que não pode retirar policiais militares amotinados de escola ocupada em Fortaleza

Comando da 10ª Região Militar informou que as ações da Operação Mandacaru não incluem reintegração de posse

Escrito por Redação ,
Legenda: Ao todo, 565 alunos estão matriculados na unidade.
Foto: Foto: Reprodução

O comando da 10ª Região Militar informou que as ações da Operação Mandacaru não incluem reintegração de posse, após pedido de apoio da Secretaria da Educação do Estado do Ceará (Seduc) para garantir as aulas na Escola de Ensino Fundamental e Médio (EEFM) José Bezerra de Menezes, no bairro Antônio Bezerra. A unidade foi ocupada por pessoas que se identificaram como policiais durante a paralisação de parte da PM no estado.  

Conforme o Exército, as atividades da Operação  “estão restritas às atividades relacionadas às Operações GLO (Garantia da Lei e da Ordem), determinadas por Decreto Presidencial”. “Seria necessário buscar nos órgãos responsáveis as providências que estão sendo tomadas”, completa o informe.

A Seduc havia enviado um ofício ao comandante da 10ª Região Militar, general Cunha Mattos, responsável pela Operação Mandacaru, na tarde do último sábado (29). Segundo o documento, um bloco de cinco salas de aula, a cozinha e banheiros estão sendo ocupados.

O Sistema Verdes Mares entrou em contato com a Seduc para saber como a Pasta vai proceder após o posicionamento do Exército e aguarda retorno.

Ao todo, 565 alunos estão matriculados na unidade. “Tal contexto inviabiliza o funcionamento da referida escola, tendo em vista que os espaços hoje ocupados são essenciais para a retomada regular às aulas na escola”, descreveu o ofício enviado ao Exército. 

Legenda: Viaturas tiveram pneus secados por mascarados usando balaclava
Foto: Camila Lima

Paralisação da PM 

A escola fica ao lado do 18 Batalhão da PM, que está ocupado por agentes amotinados desde o dia 18 de fevereiro. Os militares reivindicam aumento salarial acima do proposto pelo governador Camilo Santana.

Em 11 dias de motim dos policiais, ocorreram 195 assassinatos. Os assassinatos são refentes ao período de 19 a 25 de fevereiro, já que a Secretaria da Segurança Pública do Ceará deixou de divulgar o número oficial de homicídios.

Neste domingo, a comissão dos três poderes com o Ministério Público, OAB-CE e Defensoria Pública se reúnem com representantes da categoria. O que está em jogo agora são as regras das punições aos envolvidos. Todos estão cientes de que não haverá anistia. 

 

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