Enfermeira e mãe são presas por contratarem pistoleiro para matar padrasto no Interior do Ceará
O pistoleiro é considerado foragido. Crime teria sido motivado por descoberta de estelionato
A Polícia Civil do Ceará (PC-CE) descobriu uma trama criminosa, articulada por uma funcionária pública e sua filha (enfermeira) para matar o companheiro dela (padrasto da outra suspeita), no Município de Quixeramobim, no Sertão Central do Ceará. As duas mulheres foram presas, enquanto o pistoleiro contratado para cometer o crime está foragido.
As prisões de Maria Antonelda Barbosa da Silva e da filha Kilvya Maria Barbosa Fernandes ocorreram no Município de Horizonte, na Região Metropolitana de Fortaleza, nesta terça-feira (7), em cumprimento a mandados de prisão preventiva expedidos pela Justiça Estadual.
Conforme as investigações, Kilvya Mara é suspeita de estelionatos e teria fraudado vários contratos no nome de parentes, inclusive do padrasto, Luís Carlos Lira Maciel, conhecido como 'Guril'. Para que o crime não fosse denunciado à Polícia, ela e a mãe decidiram contratar Francisco Claudenir da Silva Gomes para executar o homem.
'Guril' foi assassinado a tiros na CE-060, em Quixeramobim, por volta de 12h do último dia 31 de maio. Segundo os levantamentos policiais, as duas suspeitas de ordenar o crime inventaram uma pane mecânica no veículo de Kilvya para atrair o padrasto dela até o local. Ao parar na estrada em uma motocicleta, a vítima foi surpreendida e assassinada por um homem.
Segundo o delegado João Alberto, da PC-CE, Kilvya Mara realizou o financiamento de dois veículos no nome de Luís Carlos e ainda tinha pego um empréstimo de dinheiro com o mesmo, o qual não pretendia pagar.
Todos os motivos do homicídio são financeiros. Kilvya Mara é uma estelionatária contumaz, que faz contratos em nome de outras pessoas, inclusive de familiares e colegas de trabalho. Para tentar acobertar esses crimes, ela fez com que matassem Luís Carlos."
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Suspeita chegou a mentir para a Polícia
O plano criminoso começou a ser descoberto quando um policial militar prestou depoimento à Polícia Civil e revelou que tinha visto Kilvya Maria parada na estrada, antes do assassinato de Luís Carlos. Os registros do Sistema Policial Indicativo de Abordagem (Spia) comprovaram que a suspeita passou várias vezes pela estrada, naquele dia.
Convocada para prestar depoimento, a enfermeira negou qualquer inimizade com a vítima e afirmou desconhecer a motivação do crime. Mas, ao ser indagada sobre as movimentações constatadas pelo Spia, Kilvya voltou atrás e confessou ter contratado o executor há cerca de um mês. O assassino tentou cometer o crime três vezes nesse período, até alcançar o objetivo.
Kilvya alegou à Polícia que 'Guril' explorava financeiramente e sexualmente a sua mãe, além de prendê-la em um relacionamento abusivo. A versão foi ratificada pela outra suspeita, Antonelda, que também admitiu ter planejado a ação criminosa. Entretanto, a investigação policial negou essa linha de investigação.
O pistoleiro Francisco Claudenir da Silva Gomes, contratado para cometer, o crime é procurado pela Polícia e está com mandado de prisão em aberto.