Câmara de Ibaretama quer ouvir vereadora denunciada por participar de chacina

A vereadora eleita foi presa no fim do ano passado e segue detida na Penitenciária Auri Moura Costa. Sete pessoas, dentre delas uma criança, foram assassinadas na Chacina de Ibaretama, em novembro de 2020

Escrito por Redação , seguranca@svm.com.br
chacina ibaretama
Legenda: Vítimas foram assassinadas dentro de uma residência, enquanto dormiam
Foto: Leábem Monteiro

A Câmara Municipal de Ibaretama, cidade do Interior do Ceará, pediu à Justiça para ouvir Edivanda de Azevedo, no próximo dia 4 de junho, às 10h45. Edivanda e familiares dela são acusados de participar de uma chacina ocorrida em Ibaretema, em novembro de 2020. Sete pessoas foram assassinadas na chacina, dentre elas uma criança de seis anos de idade.

O pedido foi enviado por meio de ofício à Penitenciária Auri Moura Costa, na Região Metropolitana de Fortaleza, onde a vereadora é mantida em cárcere. O documento assinado pelo presidente da Câmara Municipal, Joverlane Neles da Silva, disse que o pedido tem como base "procedimento administrativo de vacância de cargo de vereadora, para que seja totalmente garantido o direito de ampla  defesa e contraditório da representante devidamente eleita pelo povo em novembro do ano de 2020".

A vereadora, o irmão, o enteado e outro acusado viraram réus na Justiça do Ceará, em janeiro deste ano. Dois filhos de Edivanda e um terceiro homem já tinham se tornado réus no processo criminal anteriormente. De acordo com a denúncia, a mulher tinha conhecimento sobre o crime e deu apoio à ação.

Participação

Conforme relatório complementar assinado pelo delegado Ícaro Gomes Coelho, a vereadora eleita, além de ter prestado alimentação aos matadores, deu declarações contraditórias às autoridades policiais quando foi inquirida. Ela foi presa quase um mês após o fato, em Fortaleza.

A família teria ordenado a chacina como represália a um roubo a uma residência, em que as vítimas da matança - supostos integrantes de uma facção cearense - teriam participado. Além disso, conforme as investigações, era de interesse da vereadora acabar com os assaltos recorrentes na região, que é reduto político da mesma.

Vítimas

O grupo deve responder na Justiça Estadual por sete homicídios contra Luana Melo da Costa, Osvaldo da Silva Lima, Wellington Lima Silva, Eduardo de Lima Silva, Francisco Gabriel Pereira da Silva, Edinardo de Lima Silva e Willian da Silva Rodrigues, e ainda uma tentativa de homicídio.

As vítimas dormiam quando foram surpreendidas por homens armados e encapuzados. Os criminosos invadiram a casa se passando por policiais. Em seguida, ordenaram que as vítimas se ajoelhassem e começaram a atirar, segundo informam relatos de uma moradora das proximidades. 

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