Antes de latrocínio de comerciante, acusados efetuaram quatro roubos na mesma manhã, aponta MPCE
A sequência dos crimes cometidos em poucas horas levou os homens a se tornarem réus na Justiça do Ceará
O Ministério Público do Ceará (MPCE) revelou por meio de denúncia ofertada ao Judiciário que os responsáveis pela morte de um comerciante, proprietário de uma padaria no Mondubim, cometeram pelo menos outros quatro roubos naquela mesma manhã trágica. Os crimes aconteceram no dia 3 de janeiro de 2022, e agora a Justiça acolheu a acusação, tornando os suspeitos réus no processo que apura o crime.
Lucas Rosa Gonçalves de Sousa e Caio Silva de Souza foram acusados pelo latrocínio, e Eduardo Eric Cavalcante por posse ilegal de arma de fogo.
Segundo documentos que a reportagem teve acesso, ao acolher a denúncia, o juiz ainda atendeu ao pedido da Polícia e do MP e determinou a quebra do sigilo telefônico dos envolvidos, com acesso a extração de dados encontrados nos aparelhos.
Conforme o magistrado, o inquérito apontou que Lucas Rosa participou diretamente dos outros quatro roubos, "em continuidade delitiva, e um crime de latrocínio", enquanto Caio ofereceu a moto, capacete e uma mochila para auxiliar nos crimes.
Consta em documentos obtidos pela reportagem do Diário do Nordeste que Caio obteria vantagem financeira a partir dos assaltos: "O acusado Lucas Rosa ao devolver a moto, capacete e a mochila lilás ao acusado Caio, mostrou-lhe uma sacola preta com ao menos cinco celulares roubados das nominadas vítimas, que seriam vendidos e, posteriormente, faria a divisão do valor arrecadado e entregaria a parte que caberia ao acusado Caio, após abater a sua dívida com a aquisição de drogas ilícitas".
COMERCIANTE SE RECUSOU A ENTREGAR O CELULAR
A vítima identificada como José Reginaldo Campos Pinheiro tinha 63 anos e morreu enquanto trabalhava. As câmeras do estabelecimento comercial registraram o latrocínio na padaria.
VEJA AS IMAGENS:
Primeiro, Reginaldo ergue os braços em sinal de quem não irá reagir. Em seguida, o comerciante se agacha e faz um movimento como se fosse pegar algum objeto. É neste momento que o assaltante efetua um único disparo que atinge a vítima.
O comerciante teria pedido que o criminoso não levasse seu celular. O assaltante ficou nervoso durante a ação, derrubou o computador do balcão e quando já ia sair do estabelecimento, voltou, apontou a arma e efetuou um disparo.
A vítima chegou a ser levada a uma unidade hospitalar, mas não resistiu aos ferimentos. Moradores do bairro chegaram a falar que a panificadora foi assaltada outras vezes e que em uma ocasião anterior o comerciante havia conseguido impedir o roubo quando reagiu ao crime.