Acusados de esquartejar vendedor e enterrar corpo em mangue em Fortaleza têm liberdade negada
Homem foi morto por morar em uma região dominada por uma facção rival dos acusados. Defesa alega excesso de prazo na prisão
Três acusados de matar e esquartejar um vendedor de produtos de limpeza e ainda de enterrar partes do corpo da vítima em um mangue no bairro Vila Velha, em Fortaleza, tiveram um pedido de liberdade negado pela Justiça Estadual. Ao todo, oito homens são réus pelo homicídio de Eduardo Lima Mota.
A 1ª Vara do Júri de Fortaleza negou o pedido de liberdade de Diego Carlos Costa, Lucas Emanuel do Nascimento Carvalho e Raul Seixas Lopes Moreira, no último dia 18 de maio. A decisão foi publicada no Diário da Justiça Eletrônico da última segunda-feira (24).
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"Da detida análise dos autos, os acusados foram presos em flagrante delito, os decretos de prisão preventiva tiveram como fundamento na gravidade em concreto do delito e pelo risco dos acusados integrarem facção criminosa, situações que demonstram ameaça à ordem pública. Vislumbra-se, pois, que as decisões não merecem nenhum reparo", decidiu o juiz, indo de acordo à manifestação do Ministério Público do Ceará (MPCE) e~lembrando que a Vara manteve a prisão preventiva dos oito acusados na semana anterior.
A defesa de Diego Carlos, Lucas Emanuel e Raul Seixas alegou - no pedido de revogação da prisão preventiva - excesso de prazo na formação da culpa, já que Diego e Raul estão presos há cerca de 6 meses, desde novembro de 2020. E ainda que Lucas e Raul não respondem a outro processo criminal, têm residência fixa e são voltados para o trabalho e para a família.
Morto por morar em uma região dominada por facção rival
A Justiça recebeu a denúncia do Ministério Público contra os oito acusados de matar Eduardo Mota no dia 29 de janeiro deste ano. Viraram réus, além de Diego, Lucas e Raul: Andrey Landim da Rocha; Antônio Marcos Costa; Bryan Santos Barroso; Jonathan Lopes Duarte; e Francisco Claudemir da Silva Braga.
O grupo responde por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, tortura e impossibilidade de defesa da vítima), ocultação de cadáver e organização criminosa.
Conforme a denúncia do MPCE, os acusados integram uma facção criminosa cearense, com atuação no bairro Vila Velha, em Fortaleza, e mataram Eduardo em razão do vendedor ser morador do Parque Potira, em Caucaia, Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), localidade que é dominada por uma facção carioca rival.
Eduardo vendia produtos de limpeza na região do bairro Vila Velha, no dia 12 de novembro do ano passado, quando foi raptado por pelo menos dois criminosos. Familiares e o seu chefe perderam o contato com ele, e a mãe do jovem chegou a receber uma mensagem do mesmo no celular pedindo para ela não chorar, caso ele fosse preso ou assassinado.
No dia seguinte, o pai registrou um Boletim de Ocorrência (B.O.) pelo desaparecimento do filho. O Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (CBMCE) colaborou nas buscas e encontrou primeiro uma perna humana.
As investigações da Polícia Civil do Ceará (PCCE) descobriram que os dois criminosos levaram Eduardo ao encontro dos comparsas, em um local onde o jovem foi torturado e esquartejado ainda com vida. Depois, as partes do corpo da vítima foram enterrados em um mangue, no Vila Velha.