Sacrifício
Basta ver sua etimologia: latim “sacrum” + “facere”, ou seja, fazer sagradas as coisas, consagrar

Todos nós sabemos, ou acreditamos saber, o significado de sacrifício: trata-se de algo que nos martiriza e maltrata.
Uma pessoa sacrificada é aquela que empenha esforços excessivos para fazer algo.
Possui uma faceta inclusive curiosa: quando dizemos que sacrificamos muitas coisas para realizar um trabalho, parecemos dizer que aquelas coisas eram muito boas, enquanto o trabalho... Talvez não seja tão bom assim; daí o “sacrifício”.
E se eu propuser a ideia de que sacrifício, originalmente, não é nada disto?
Basta ver sua etimologia: latim “sacrum” + “facere”, ou seja, fazer sagradas as coisas, consagrar. E consagrar não é apenas aquele ato extraordinário que um sacerdote faz em uma cerimônia, mas também o ato ordinário, o cotidiano de nossas vidas pode e deve ser consagrado.
É como se concebêssemos que todas as coisas e seres à nossa volta possuíssem um sentido maior, uma razão para estarem aqui, e quando nos conectássemos com esta razão, “revelássemos” estes seres, trazendo à tona aquele significado íntimo que tudo contém. Neste momento, seríamos ponte entre a aparência das coisas e sua essência, ou seja, seríamos também “pontífices”; imagine ainda que, assim como as transformações da matéria podem liberar energia, a revelação dos seres sempre liberasse um tanto de beleza.
Então, amanhã sairei para revelar as vidas que encontrarei no caminho, conectando-me, ainda que rapidamente, com elas. Revelarei meu trabalho, cada ofício e seu benefício, cada parceiro como um prisma de possibilidades que ele contém; cada pequena pausa como uma grande oportunidade de reflexão sobre este ser que está aqui, por que ele faz as coisas que faz e o que pretende realmente alcançar, e outros muitos temas que existem para se refletir.
Em suma, meu caro leitor, sacrificar é atesourar vida, sempre da melhor qualidade possível. E, neste sentido de “atesourar”, eu desejo que você enriqueça neste ano de 2025!