O Dia da iluminação
Há certas efemérides importantes na história da evolução do homem que, muitas vezes, passam despercebidas. Apenas por acaso, delas tomamos conhecimento. E, em assim acontecendo, é necessário divulgá-las, até mesmo pelo aspecto curioso dessas datas. É o caso, por exemplo, do Dia Mundial da Iluminação, registrado recentemente, no dia 21 de outubro. Nessa data, em 1879 – há quase século e meio, portanto! - , o norte-americano Thomas Alva Edison (1847-1931) concluiu os testes com sua lâmpada incandescente, utilizando um filamento de carvão.
Edison, homem de elevada inteligência, inventor de uma série de instrumentos como, por exemplo, o fonógrafo, que viabilizou o registro da voz humana através do tempo, era, exatamente por isto, conhecido como “o feiticeiro de Menlo Park”, em referência à cidade do Estado de Nova Jersey, nos Estados Unidos, onde aperfeiçoou diversas máquinas e criou várias invenções, destacando-se principalmente as do fonógrafo e da lâmpada incandescente .
Uma particularidade que muitos ignoram, no processo de criação da primeira lâmpada, é a ligação que Edison teve com o Japão, país do Extremo Oriente que jamais visitou. É que , nos testes que levaram ao resultado final, Edison utilizou diversos materiais para a elaboração do filamento que conduziria a luz. Em diferentes etapas, valeu-se de seis mil materiais que, em tese, poderiam realizar tal tarefa, como um filamento de algodão carbonizado, testado no dia 21 de outubro de 1879, que manteve a lâmpada pioneira acesa por 14 horas e consagrou seu invento. Porém, Edison, como todo bom criador, era um perfeccionista. Levou adiante suas experiências e, numa delas, utilizando-se do bambu de um leque chinês, conseguiu aumentar a vida útil da lâmpada para 200 horas.
O famoso inventor, obstinado em aperfeiçoar sua criação, solicitou a um amigo, William H. Moore, em 1880, que fosse ao Japão, na tentativa de encontrar um bambu ainda mais eficiente. Moore, ao chegar, soube que, na atual municipalidade de Yawata, em Quioto, encontraria bambu de elevada qualidade, trazendo aquele material para os testes de Edison. O resultado foi que, com o uso desse material, a vida útil da lâmpada de Edison prolongou-se para mais de 1.200 horas. Somente dez anos depois, o bambu originário do Japão seria substituído pelo tungstênio, elemento químico até hoje usado no filamento da lâmpada, elevando a temperatura até o ponto de emitir luz. O mundo não seria o que é hoje, realmente, sem essa fundamental invenção do gênio Thomas Edison.
Gilson Barbosa é jornalista