Arte e Filosofia: A Unidade para além das diferenças

Além da lição sobre diversidade, a arte também nos ensina bastante a lidar com a convivência, através da distribuição adequada dos espaços vazios e das pausas

Escrito por Lúcia Helena Galvão ,
Filósofa, escritora, palestrante e voluntária há 35 anos da Organização Internacional Nova Acrópole do Brasil
Legenda: Filósofa, escritora, palestrante e voluntária há 35 anos da Organização Internacional Nova Acrópole do Brasil

Neste mês, na semana passada (de 15 a 22 de junho), a Nova Acrópole do Brasil celebrou a sua tradicional Semana da Arte 2024, uma semana com muitas palestras sobre o tema e apreciações artísticas. Mas por que razão uma escola de Filosofia se dedica a falar sobre arte?
Arte, do latim Ars, refere-se a tudo o que se pode aprender para o exercício de uma habilidade; porém, diferentemente da técnica, ela não se orienta por necessidades práticas, mas sim por proporcionar o enlevo estético, a elevação de consciência diante do belo. Logicamente, podemos deduzir que a arte de viver, objeto da Filosofia, tem mais a ver com a arte do que com uma mera técnica, e inclusive tem muito a aprender com ela.


Por exemplo, no título que encabeça este pequeno artigo, falamos da unidade para além das diferenças, ou seja, a unidade na diversidade, tema que muito nos ocupa e preocupa no mundo atual. As artes têm muito a ensinar quanto a este tema, pois toda a harmonia numa obra de arte resulta da combinação adequada das diferenças, quer seja entre cores, sons, texturas etc. Acredito que a muito poucos agradaria um quadro pintado em uma única cor ou uma melodia composta por uma única nota musical. A variedade surpreende e indica o grau de criatividade do autor.


Além da lição sobre diversidade, a arte também nos ensina bastante a lidar com a convivência, através da distribuição adequada dos espaços vazios e das pausas. Saber respeitar o espaço uns dos outros e deixar esta espécie de “vazio” e silêncio que permite o necessário encontro de cada um consigo mesmo é algo que poderíamos chamar até de “terapêutico” diante de tantos desgastes e atritos comuns na convivência. Os andamentos musicais, deslizando de um adágio até um alegro ou um presto mostram-nos também a lei dos ciclos se apresentando em nossas vidas, desde momentos serenos e revigorantes até momentos abruptos, rápidos ou intensos demais, que muitas vezes nos aceleram de uma hora para outra. Mas veja bem: em nenhum dos andamentos a melodia deixa de ser bela, e tudo compõe para que ela seja harmoniosa, marcante e até arrebatadora. Não é preciso dizer que a vida faz o mesmo conosco, e que seus “andamentos” imprevistos muitas vezes nos afetam negativamente, mas, depois de caminharmos um pouco mais dentro do tempo, podemos concluir que aquele momento difícil foi fundamental para o nosso crescimento.


Enfim, é complicado deduzir se a vida simula a arte ou o contrário, mas o que é certo é que uma boa reflexão filosófica sobre a arte, sua forma e sua mensagem combinam sim muito bem com a Filosofia. Venha refletir conosco!

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