A exposição de adolescentes nas mídias sociais e o impacto na saúde mental

O adolescente, ao se colocar como protagonista nas redes, espera validação para sua identidade em construção

Escrito por Antônio Souza ,
Psicólogo, mentor e palestrante
Legenda: Psicólogo, mentor e palestrante

Na era digital, adolescentes compartilham momentos e emoções nas redes sociais, onde buscam reconhecimento e, muitas vezes, aprovação. Essa exposição, porém, não traz apenas elogios; frequentemente, vem acompanhada de críticas que, dependendo de sua natureza, podem ter consequências negativas na saúde mental desses jovens. O livro "O Cérebro Que Diz Sim: Como Proteger e Educar a Mente dos Nossos Filhos na Era Digital", de Daniel J. Siegel e Tina Payne Bryson, é um exemplo de literatura que incentiva os pais a ajudar seus filhos a se tornarem resilientes, ousados e visionários.

O adolescente, ao se colocar como protagonista nas redes, espera validação para sua identidade em construção. Aplausos reforçam sua autoestima, mas as críticas são inevitáveis. Quando construtivas, elas ajudam no desenvolvimento da resiliência e na aceitação das diferenças. No entanto, há uma linha tênue entre uma crítica que ensina e outra que apenas destrói. Comentários excessivamente negativos ou ofensivos podem provocar sentimentos de inadequação, vergonha e até quadros mais graves de ansiedade e depressão.

Estudos dos autores citados acima mostram que o cérebro jovem ainda está em formação, o que o torna emocionalmente mais vulnerável a influências externas. O córtex pré-frontal, que controla emoções e impulsos, só se desenvolve completamente na fase adulta. Assim, o adolescente não tem a mesma capacidade de autocontrole emocional que um adulto, o que o torna mais suscetível a críticas intensas e hostis nas redes. Nesse contexto, é essencial que pais e responsáveis orientem os adolescentes quanto ao uso saudável das redes.

É necessário que a sociedade entenda o impacto das palavras no ambiente virtual: comentários destrutivos não contribuem para o crescimento e podem abalar drasticamente a vida de muitos jovens. Como psicólogo, o papel é orientar o adolescente a diferenciar críticas que trazem aprendizado daquelas que apenas ferem. Ensinar a fortalecer a autoestima e a lidar com o universo digital de forma equilibrada e consciente é essencial. Dessa forma, eles entenderão que não precisam da aprovação de todos para se sentirem seguros e felizes.