A COP 27 e o Hidrogênio Verde
Reunindo mais de 90 chefes de Estado e com a participação de representantes de 190 países, a 27ª Conferência Internacional da ONU sobre mudanças climáticas, a COP 27, é realizada desde o último dia 6, em Sharm El Sheikh, no Egito. O evento traz ao centro do debate a discussão e os alertas sobre o aquecimento global e a preocupação com a crise energética mundial.
Mas, há um detalhe que fará toda a diferença nesta edição, sendo ela estratégica para o Ceará. É que entre as soluções apontadas para a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas estão os investimentos na produção do hidrogênio verde, que assume protagonismo em um contexto de busca pela segurança energética e sustentabilidade ambiental, uma preocupação desde a Eco-1992.
Não por acaso, oportuna e acertadamente, nossa governadora, Izolda Cela, está entre os representantes do Brasil na Conferência. Segundo a gestora, o Estado já possui 24 acordos firmados com grandes empresas para implantação de usinas de H2V, gerando emprego e renda em nosso território, tendo o último memorando sido assinado com uma multinacional australiana, durante o evento.
Nele, a empresa reafirma a intenção de implementar uma usina de H2V no Porto do Pecém, investindo 6 bilhões de dólares e a gerando 2.500 postos de trabalho. Além disso, estamos prestes a receber o maior empreendimento do mundo de geração de energia solar fotovoltaica. E temos potencial para muito mais.
Protagonista nacional na produção do H2V, o Ceará tem privilegiada capacidade eólica e solar, concentrando condições atrativas para implantar uma cadeia de produção, armazenamento e transporte do insumo. Daí a importância de nossa participação na COP 27, que faz alusão ao tratado da década de 1990, no qual as 197 nações concordaram com um pacto ambiental da ONU.
Nossa torcida e expectativa é que avancemos e alcancemos resultados e acordos que, de fato, favoreçam a adaptação climática, viabilizem a mitigação das perdas e danos ocasionados pelo aquecimento global e que promovam o financiamento climático. E que, neste cenário, o Ceará ocupe, cada vez mais, um lugar de destaque em nossa tão almejada transição energética.
Laiz Hérida é diretora de Meio Ambiente do Sindienergia-CE e CEO da HL Soluções Ambientais