A banalização da Aids

Escrito por Daniel Diógenes , danieldiogenes@fertibabyceara.com.br
Daniel Diógenes é médico especialista em medicina reprodutiva
Legenda: Daniel Diógenes é médico especialista em medicina reprodutiva

A campanha “Dezembro Vermelho” buscou conscientizar a população sobre a prevenção contra a Aids e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Segundo o Boletim Epidemiológico 2022 do Ministério da Saúde, entre 2007 e junho de 2022, foram notificados 434.803 casos de HIV no Brasil. Um outro dado do órgão aponta que cerca de 920 mil pessoas vivem com o vírus no país.

Infelizmente, a população vem se preocupando menos com o problema. As pessoas perderam o medo de morrer por causa da doença. A juventude e a terceira idade estão ligando menos ainda para a Aids. É verdade que o tratamento ofertado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é exemplo de atendimento aos pacientes soropositivos, mas as políticas educacionais caíram muito nos últimos anos.

Com o uso do viagra, os homens idosos estão levando a doença para dentro de casa. Como na maioria das vezes a sua parceira está na menopausa, este acaba recorrendo ao uso do medicamento para conseguir ter um desempenho sexual satisfatório fora de casa e sem proteção. Soma-se a isso o fato dos idosos terem o hábito de não usar mais preservativo, pois pensam que na terceira idade não serão mais acometidos pela Aids.

A incidência entre os jovens também preocupa. O relatório apontou que 102.869 ou 23,7% dos casos são de pessoas entre 15 e 29 anos, com 25% de casos entre homens e 19,9% entre as mulheres. Esses dados só reforçam a importância de termos mais políticas públicas voltadas para conscientizar esse público de forma contínua.

As notificações de novas infecções em mulheres em idade reprodutiva é outro ponto alarmante. O recorte do levantamento mostra que 45,6% dos casos foram registrados entre mulheres de 15 a 34 anos. Os danos que a doença pode trazer para mãe e filho são inúmeros, desde o parto prematuro ao risco de mortalidade. Mulheres gestantes soropositivas precisam fazer um acompanhamento periódico a fim de acompanhar a carga viral, e assim, diminuir os riscos para a saúde do binômio mãe-filho. É preciso voltar  a nos preocupar com o HIV/Aids que, embora tenhamos evoluído na forma de conviver com a enfermidade, a ciência ainda não descobriu a cura para essa doença.

Daniel Diógenes é médico especialista em medicina reprodutiva
 

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