Exército francês mata chefe da Al-Qaeda no Magreb Islâmico
Segundo a ministra francesa das Forças Armadas, Florence Parly, via Twitter, "vários dos seus colaboradores mais próximos" também foram "neutralizados", mas não deu mais detalhes
O Exército francês matou o líder da Al-Qaeda no Magreb Islâmico (AQIM), o argelino Abdelmalek Droukdal, no norte do Mali, perto da fronteira com a Argélia. A informação foi confirmada na sexta-feira (5) pela ministra das Forças Armadas da França, Florence Parly.
O chefe histórico islamita no Magreb, comandante de vários grupos extremistas do Sahel, foi morto na quinta (4) no noroeste da cidade de Tessalit, disseram diferentes fontes à AFP.
Segundo a ministra, via Twitter, "vários dos seus colaboradores mais próximos" também foram "neutralizados", mas não deu mais detalhes.
Les opérations contre l’État islamique au Grand Sahara, l’autre grande menace terroriste dans la région, se poursuivent également. Le 19 mai dernier, les forces armées françaises ont capturé Mohamed el Mrabat, vétéran du djihad au Sahel et cadre important de l’EIGS.
— Florence Parly (@florence_parly) June 5, 2020
A AQMI tem origem em um grupo criado no fim da década de 1990 por islamistas radicais argelinos.
O grupo tem bases no norte do Mali, de onde costuma lançar ataques e sequestros de ocidentais na zona subsaariana do Sahel (uma faixa de território que atravessa a África de oeste a leste).
"Abdelmalek Droukdal, membro do comitê diretor da Al-Qaeda, comandava todas as tropas da rede no norte da África e na faixa saheliana, entre elas o JNIM, um dos principais grupos terroristas ativos no Sahel", acrescentou Parly.
O líder da AQMI recebeu o apoio de vários grupos ativos no Sahel, reunidos desde 2017 no Grupo de Apoio ao Islã e aos Muçulmanos (GSIM), dirigido pelo tuaregue malinês Iyad Ag Ghaly.
O GSIM assumiu a autoria dos principais atentados no Sahel e figura na lista de "organizações terroristas" elaborada pelo governo estadunidense.
Os Estados Unidos disseram ter fornecido relatórios de Inteligência, que ajudaram a localizar Abdelmalek Droukdal.
"O Comando Africano dos Estados Unidos foi capaz de dar sua ajuda, com relatórios de Inteligência (...) e um apoio para bloquear o alvo", disse à CNN o porta-voz do comando do Exército dos EUA na África, coronel Chris Karns.
Na sexta-feira, a França informou ainda a captura de um "importante oficial do EIGS", o grupo jihadista do Estado Islâmico no Grande Saara, rival do GSIM no Sahel e designado inimigo número um por Paris desde a cúpula de janeiro em Pau, na França. O evento reuniu o presidente francês, Emmanuel Macron, e os chefes de estado do G5 Sahel - Mauritânia, Burkina Faso, Mali, Níger e Chade.
"As operações contra o EIGS, a outra grande ameaça terrorista na região, continuam. Em 19 de maio, as forças armadas francesas capturaram Mohamed al-Mrabat, um veterano da 'Jihad' no Saara e um dos principais oficiais do EIGS", anunciou a ministra Parly no Twitter.
Com mais de 5.000 militares, a força francesa antijihadista Barkhane aumentou nos últimos meses as ofensivas no Sahel para tentar conter a espiral de violência que, junto com conflitos intercomunitários, causaram 4.000 mortes no Mali, no Níger e em Burkina Faso no ano passado. Esse número é cinco vezes superior ao registrado em 2006, segundo a ONU.