PM nega conduta racista contra torcedor do Fortaleza em jogo na Arena Castelão; entenda o caso

Homem era suspeito de arremesso de garrafa no árbitro, mas foi liberado. Por falta de identificação do real infrator, Fortaleza pode ser punido

Legenda: Torcedor foi levado por policiais e depois liberado
Foto: Reprodução/Twitter

A Polícia Militar do Estado do Ceará (PMCE) negou que tenha havido uma conduta racista por parte de agentes do Choque que levaram um torcedor do Fortaleza à delegacia, no último domingo (22), após a realização da partida contra o Fluminense, na Arena Castelão.

Na ocasião, enquanto a equipe de arbitragem deixava o gramado, uma garrafa de água foi arremessada na direção de Anderson Daronco e seus auxiliares.

Já no domingo, torcedores leoninos postaram nas redes sociais a ação dos policiais, que foram até o Setor Premium da Arena Castelão e retiraram o torcedor em questão mesmo após a sinalização de várias pessoas de que não havia sido ele o autor do arremesso da garrafa.

Em nota enviada ao Diário do Nordeste, a assessoria da PMCE informou que "um dos seguranças que trabalhava na ocasião identificou uma pessoa como possível suspeita por arremessar um objeto no campo da Arena Castelão - o que se configura crime pelo Estatuto do Torcedor - durante uma partida de futebol, ocorrida nesse domingo (22). O homem foi levado à Delegacia até que se provasse a materialidade do crime, o que não foi comprovado. Por isso, o homem foi devidamente liberado", explicou.

A entidade disse que a identificação se deu pelo fato de que "o objeto passou próximo ao suspeito, dando a entender que ele teria sido o autor do fato".

"Enfatizamos que os policiais militares agiram em conformidade com a lei, visto que, ao arremessarem a garrafa no gramado, o objeto passou próximo ao suspeito, dando a entender que ele teria sido o autor do fato. Para que evitassem tumultos e o caso fosse resolvido, o suspeito foi levado à Delegacia, mas lá os fatos foram esclarecidos. Isso faz parte do trabalho policial, afastando qualquer motivação de caráter racista. Portanto, não houve ilegalidade na conduta dos agentes, tão pouco racismo, delito que a PMCE repudia veementemente".

FORTALEZA

Nesta terça-feira (24), o Fortaleza se pronunciou através de nota oficial nas redes sociais, afirmando que "colocou um advogado à disposição do torcedor que sofreu tamanha injustiça para que cuidasse de todo o caso".

Veja nota oficial do clube:

Nota Oficial do Fortaleza sobre o racismo
Legenda: Nota Oficial do Fortaleza
Foto: Fortaleza/Divulgação

POSSÍVEL PUNIÇÃO

Árbitro Anderson Daronco em jogo do Fortaleza
Legenda: Anderson Daronco relatou arremesso de garrafa em súmula
Foto: Thiago Gadelha/SVM

Na súmula do jogo, o árbitro Anderson Daronco relatou o episódio.

"Informo que após o termino da partida, quando a equipe de arbitragem estava na frente do túnel de acesso ao campo, foi arremessado por um torcedor do Fortaleza E.C. uma garrafa de água descartável cheia, acertando no meu peito", disse.

Como o responsável pelo arremesso não foi identificado, o Fortaleza pode ser punido. O artigo 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) afirma que a pena nesse tipo de caso pode ser "perda do número máximo de pontos atribuídos a uma vitória no regulamento da competição, independentemente do resultado da partida, prova ou equivalente, e multa de R$ 100,00 (cem reais) a R$ 100.000,00 (cem mil reais)".

VEJA A NOTA DA PM NA ÍNTEGRA

A Polícia Militar do Ceará (PMCE) informa que um dos seguranças que trabalhava na ocasião identificou uma pessoa como possível suspeita por arremessar um objeto no campo da Arena Castelão - o que se configura crime pelo Estatuto do Torcedor - durante uma partida de futebol, ocorrida nesse domingo (22). O homem foi levado à Delegacia até que se provasse a materialidade do crime, o que não foi comprovado. Por isso, o homem foi devidamente liberado.

Enfatizamos que os policiais militares agiram em conformidade com a lei, visto que, ao arremessarem a garrafa no gramado, o objeto passou próximo ao suspeito, dando a entender que ele teria sido o autor do fato. Para que evitassem tumultos e o caso fosse resolvido, o suspeito foi levado à Delegacia, mas lá os fatos foram esclarecidos. Isso faz parte do trabalho policial, afastando qualquer motivação de caráter racista. Portanto, não houve ilegalidade na conduta dos agentes, tão pouco racismo, delito que a PMCE repudia veementemente.

Assessoria de Comunicação da PMCE

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