Trabalho de bastidores dos membros da comissão técnica chama atenção, é muito bem avaliado internamente e também considerado de extrema relevância para os bons resultados no início de trabalho
O início de técnico Juan Pablo Vojvoda é espetacular. Invicto, com conquista de título e resultados expressivos, o argentino caiu nas graças do torcedor em pouco tempo. Normal que o foco seja todo nele, mas o trabalho desenvolvido nos bastidores vai além da figura do treinador. Os outros estrangeiros membros da comissão técnica têm se destacado no Fortaleza e são fundamentais para o trabalho vencedor.
Quando desembarcou na capital cearense, na madrugada de domingo (9) para segunda-feira (10), em maio, Vojvoda chegou acompanhado dos auxiliares Gastón Liendo e Nahuel Martínez. Os dois são os braços do técnico. Peças fundamentais para a engrenagem coletiva funcionar.
É importante destacar que o clube tem investido em material humano nos últimos anos e já conta com um corpo profissional próprio qualificado, em todos os setores. Preparação física, análise de desempenho, fisioterapia, nutrição e etc. Mas a comissão técnica própria do treinador chegou para agregar algo a mais.
Bastou um mês de trabalho para que diretoria, funcionários e jogadores do Fortaleza percebessem que o trabalho integrado da comissão técnica estrangeira era diferenciado.
Dia a dia
Um dos aspectos que mais impressionou a quem vivencia o dia a dia do Fortaleza é a simplicidade e humildade com que os estrangeiros tratam os demais funcionários e membros do clube. Não tem estrelismo e nem distanciamento. São todos vistos como pessoas tranquilas e fáceis de lidar, bastante educados no trato diário.
Nahuel possui um perfil mais extrovertido, que troca ideia e conversa com quem lhe dirigir a palavra. O mesmo vale aos outros, mas Gastón é um pouco mais na dele. Adrián já é mais contido e exigente, sendo bastante focado no trabalho. O que não o torna antipático, apenas mais retraído que os outros.
Divisão de funções
Homogênea. Essa é a palavra que melhor define a atual comissão técnica tricolor. Há uma clara divisão de tarefas, todos trabalham bastante (e bem) e os relatos são de que o impacto que eles causam no dia a dia é de espantar (positivamente).
Nahuel e Gastón já foram técnicos na Argentina, então possuem conhecimento para também elaborar e gerenciar as sessões de treinamento.
As atividades, inclusive, são muitas vezes dividas em três grupos, em que Vojvoda, Nahuel e Gastón se dividem em trabalhos diferentes e complementares. Toda a comissão participa da atividade de forma intensa.
No treino, cada um possui as suas valenças específicas para trabalhar em cada dia. Gastón Liendo é o cara das bolas paradas, ofensivas e defensivas. Nahuel Martínez e ele se alternam em sessões de ajustes ofensivos e defensivos, enquanto Vojvoda comanda tudo.
Isso torna a sessão de treino mais dincâmica e atrativa aos atletas, gerando também maior proximidade com os jogadores. Foi algo que facilitou no processo de assimilação das ideias de jogo.
Intensidade
Sem dúvidas, a palavra mais falada por Vojvoda e pelos jogadores neste início de trabalho é intensidade. E para manter sempre um alto ritmo, como quer o comandante, é preciso que os jogadores estejam preparados.
Não é possível realizar marcação em pressão alta, atacar com velocidade, trocar passes rápidos e de forma envolvente se os atletas não estão capacitados fisicamente para tal.
O Fortaleza já conta com um corpo de funcionários qualificados, mas trabalhar com um profissional que já conhece a metodologia e as ideias do técnico facilita bastante para que as atividades sejam direcionadas ao modelo de jogo do comandante. Esse é um diferencial e é nítida a evolução física que o Tricolor tem apresentado.
Reconhecimento
Não é apenas Vojvoda que tem causado boa impressão, mas todos os membros da comissão técnica. A fala do presidente Marcelo Paz, em recente entrevista ao programa Seleção SporTV resume bem este pensamento.
"O dia a dia dele é muito bom. A equipe de profissionais é muito cometente. Nahuel, Gastón e Adrian Vaccarini, preparador físico que estava na Seleção Peruana. É importante achar treinador corajoso, qualificado, sério, honesto, mas a equipe de trabalho dele também faz a diferença. São muito bons e se juntaram ao que a gente já tinha aqui no clube. Por que a gente tem que olhar o futebol como um todo. Não é só o jogador, o treinador, a diretoria, a estrutura, a questão financeira. É sempre multifatorial e estava faltando essa peça realmente, da parte de comissão técnica, e está dando muito certo", disse.