Grupo de conselheiros do Ceará quer criar comissão de revisão para texto do novo estatuto; entenda

Ala de conselheiros do Vovô quer revisar trabalho feito pelo Comitê de Reforma do Estatuto antes que o projeto seja concluído

Legenda: Estatuto do Ceará está em processo de reforma
Foto: Thiago Gadelha / SVM

Um grupo de conselheiros do Ceará, ligados à atual diretoria executiva, se reuniu na noite de terça-feira (22) para discutir o processo de reformulação do estatuto do clube. Eles levantam assinaturas para a criação de uma comissão de revisão para o novo documento que rege o funcionamento da instituição.

O requerimento já conta com 65 assinaturas, mas a expectativa deles é de que pelo menos 130 sócios endossem o pedido. O segundo vice-presidente do Ceará, Carlos Moraes, foi quem convocou a reunião.  Esta ala de alvinegros entende que pontos específicos do novo estatuto, como remuneração de dirigentes e voto de sócios-torcedores, por exemplo, precisa ser discutida de modo mais profunda e detalhada por uma parcela maior de conselheiros, incluindo aqueles ligados à diretoria executiva, que não estariam contemplados na comissão de reforma atual.

O Diário do Nordeste ouviu de alguns conselheiros que participaram da reunião que a ideia é ter mais acesso à informação do que vem sendo feito no novo estatuto, bem como garantir, segundo eles, uma segurança de que os artigos sejam todos discutidos de forma muito cuidadosa e nada seja feito “a toque de caixa”, com o intuito de entregar o novo texto para votação ainda neste ano de 2024.

Quando o requerimento atingir o número de assinaturas pretendido, o grupo de conselheiros vai entregar o pedido ao presidente do órgão, José Barreto Filho.

O Diário do Nordeste procurou a assessoria do Ceará Sporting Club para questionar se tomaram conhecimento da situação e pedir um posicionamento oficial, mas não obteve retorno. O presidente do conselho deliberativo afirmou que soube da reunião, mas não conhecia o conteúdo do que havia sido tratado nela.

Trabalho paralelo

O presidente da Comissão de Reforma do Estatuto, Antônio José Maia, conversou com o Diário do Nordeste e revelou que dois pontos o preocupam nessa possibilidade da criação de uma comissão de revisão.

"Primeiro, o aspecto formal, porque o estatuto atual não prevê que haja duas comissões trabalhando paralelamente para tratar do mesmo assunto. Como se propõe revisar algo que sequer teve pleno conhecimento, porque o trabalho está sendo finalizado. E a maior preocupação é material. Nossa comissão tem funcionado apenas como catalisador da participação maciça da torcida do Ceará, que enviou quase duas mil propostas para que a gente pudesse confeccionar o anteprojeto do estatuto. Esse anteprojeto não é da comissão, é do torcedor do Ceará e traz mudanças no ponto de vista da transparência e participação do torcedor nos processos do clube. É um projeto que abre os portões de Carlos de Alencar Pinto para o torcedor", disse.

Antônio ressaltou ainda que quando o texto estiver pronto (ainda não está concluído, mas está adiantado), será encaminhado ao Comitê Gestor do Conselho e ficará à disposição de todos os conselheiros sócios-proprietários poderão ter acesso e fazer sugestões. Somente depois é que o será regulamentado o processo e o prazo de votação.

Mais de mil sugestões foram enviadas pelos torcedores do Ceará para mudanças no estatuto do clube.