Ex-treinador do Ceará é investigado por suspeita de manipulação de jogos

PF investiga manipulação de resultado de jogo da Série D do Brasileiro

Legenda: Soares foi alvo de mandado de busca e apreensão nesta quarta-feira (26)
Foto: Arquivo/CearáSC

O técnico Estevam Soares, com passagens por Ceará, Palmeiras, Botafogo e outros times do futebol brasileiro, está entre os investigados pela Polícia Federal (PF) na operação deflagrada nesta quarta-feira (26), que apura suposta manipulação do resultado de uma partida na Série D do Brasileirão. A PF iniciou a Operação Jogo Limpo, que apura possível manipulação de resultado de uma partida disputada no interior de São Paulo no início de junho. 

Segundo informações da CNN, o jogo investigado ocorreu em 1º de junho, quando o Patrocinense (MG), time que era treinado por Estevam no dia, perdeu por 3 a 0 para a Inter de Limeira (SP), no Estádio Major Levy Sobrinho. A PF investiga suposta ligação com casas de apostas esportivas, ponto inicial da investigação.

Soares foi alvo de mandado de busca e apreensão nesta quarta-feira (26). Policiais federais cumpriram 11 mandados de busca e apreensão em Patrocínio (MG), São Paulo e São José do Rio Preto (SP) e Rio de Janeiro, Tanguá e Nova Friburgo (RJ). A investigação teve início depois de um ofício da CBF encaminhando relatório da Sportradar, empresa especializada em detecção de fraudes relacionadas a apostas com sede na Suíça.

O documento reportou movimentação anormal de apostas que indica que determinado time perderia o primeiro tempo da partida por ao menos dois gols. Segundo a empresa, 99% da movimentação de mercado para "totais de gols do primeiro tempo" na partida foram para esse resultado.

A equipe visitante sofreu três gols no primeiro tempo, um deles contra, da partida. Integrantes e ex-integrantes do time são alvos da operação. As investigações mostram que o clube contratou vários jogadores agenciados por uma empresa após acertar uma parceria. Se comprovados, os crimes contra a incerteza do resultado esportivo podem resultar em pena de dois a seis anos de reclusão pela Lei Geral do Esporte.

A PF divulgou que firmou parceria com a CBF para combater a manipulação de resultados. A entidade se comprometeu a compartilhar informações com a Polícia Federal sobre possíveis casos de manipulação identificados pela Sportradar, com quem a PF também acertou acordo para troca de informações.