Tetracampeã mundial, Jonz tem repercutido com comentários sinceros e espontâneos
Após a conquista da medalha de prata por Rayssa Leal, a brasileira mais nova a disputar as Olimpíadas, outro nome feminino ligado ao mundo do skate tem repercutido entre o público. A skatista Karen Jonz, 35 anos, comentarista dos Jogos Olímpicos pelo SporTV, tem dado o que falar na web — a espontaneidade dela é digna de ser premiada, mesmo sem ela estar na competição. As informações são do portal UOL.
Ao comentar uma participação da atleta Hayley Wilson, da Austrália, na competição, a comentarista deixou uma expressão inusitada quando a australiana caiu de perna aberta no corrimão: "Xerecou no campeonato".
A frase sincera e impensada rendeu a Jonz uma advertência da direção do canal, mas virou sucesso, e não só nas redes sociais: o SporTV chegou a passar dos quatro pontos de audiência. "Só vi agora as coisas que falei na transmissão O xerecou? Eu tomei advertência da direção", afirmou a skatista em seu perfil. Os espectadores, porém, levaram tudo na brincadeira.
Jonz chegou a disparar outros comentários insólitos: ela comparou o atleta Jagger Eaton com o cantor Felipe Dylon, e disse que Margielyn Didal ficou parecendo um "peixe morto" ao cair da pista, pedindo para ela não dar susto nas pessoas.
Embora tenha chamado muita atenção com suas falas, nem todos os momentos em que brilhou foram com comentários: ao ser chamada para discorrer em determinado momento da competição masculina, ela pediu um pouco de calma. O motivo era que Jonz estava batendo uma selfie.
Representatividade
A espontaneidade, contudo, não é o único atributo da comentarista. Karen Jonz é tetracampeã mundial de skate e apoiadora da presença feminina na modalidade nas Olimpíadas. Além disso, ela é responsável pelo primeiro ouro brasileiro feminino no X-Games, competição de esportes radicais.
Apesar do currículo extenso no esporte, a skatista já chegou a lamentar a desigualdade no meio do skate. Para citar a discrepância no tratamento, expôs situações que ocorreram com ela em competições.
Ela relatou que, ao competir em campeonatos de skate, não podia sequer ir ao banheiro, pois não havia um toalete para pessoas do sexo feminino. Assim, ou ela ia ao banheiro masculino, ou precisava "se segurar".
No dia da competição masculina nos jogos, a skatista questionou o colega de transmissão Sergio Arenillas quando ele comparou as repercussões entre maternidade e paternidade. "Provavelmente, eles deixam o filho com a mãe e vão andar, aí não tem muito o que falar, né?", sugeriu ela.
Outra menção à representatividade nas Olimpíadas se deu em relação à filipina Margie Didal. Conforme o portal Terra, Jonz destacou que a atleta era a única mulher oriental negra nas classificatórias, e salientou que a diferença dos corpos, gordos ou magros, não atrapalha na performance das skatistas.
Além disso, Jonz pontuou o cuidado ao falar da atleta americana Alana, pessoa não-binária que compete no Japão. Ela assumiu eventuais erros durante os comentários, mas antecipou estar estudando os pronomes para uso de forma respeitosa.
Além do esporte
Karen Jonz virou ícone, também, de moda e beleza. Como influenciadora digital e mãe, a loira busca incentivar o esporte na internet e na própria casa. De acordo com o Gshow, a filha dela, Sky, de cinco anos, herdou o gosto pelo skate da mãe. "Sou muito entusiasta do skate feminino, sempre fui, é incontrolável", revela. A pequena é filha dela com o músico Lucas Silveira, da banda Fresno.
Além do esporte, ela já divulgou, nas redes, alguns looks ousados e fashionistas criados pelas próprias mãos, por meio do tricô.
"Deu um trabalhão, mas amei o resultado", afirmou após divulgar um casaco colorido aos seguidores. "Nem adianta me perguntar como fiz que não vou saber explicar", seguiu a skatista, cuja infância, segundo ela, foi "imersa" em pontos, novelos e ensinamentos.