Bate-papo com os craques: ídolo do Ceará nos anos 90, Chico faz balanço da carreira; ouça entrevista
Ex-goleiro é convidado do Bate-Papo com os Craques e conta bastidores a história no futebol
Eduardo Henrique Hamester, você certamente não deve conhecer. Mas se falarmos o nome "Chico",que se popularizou na memória do torcedor do Ceará, todos lembrarão do paredão alvinegro da década de 90.
Com passagens pelo Ceará, Fortaleza e Bahia, o ex-goleiro é oriundo das categorias de base do Grêmio-RS, clube onde também iniciou a carreira nos profissionais em 1986. Antes disso, chegou a jogar pela seleção brasileira de base no pré-olímpico de 1985 e no Mundial sub-20 do mesmo ano. Foi campeão do Mundo com o Brasil nesta edição, ficando no banco de reservas para nada mais nada menos que Claudio Taffarel, goleiro que por muito tempo foi rival direto em clássicos gaúchos envolvendo Grêmio e Internacional. Mas como um Eduardo vira Chico? O ex-jogador explica na entrevista que tudo foi culpa dos narradores da época.
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"Tudo começou em 82 quando eu cheguei nas categorias de base do Grêmio. O treinador não lembrava o nome de alguns jogadores e chamava de Chico. Mesmo depois que eu fui aprovado, ele continuava me chamando de Chico. Quando cheguei no profissional eu tentei mudar para Eduardo, mas os jornalistas ficavam em dúvida porque não sabiam quem era Eduardo. Então eles continuaram chamando Chico, não adiantou eu tentar mudar e aí o nome ficou. Até hoje as pessoas me conhecem pelo nome Chico", disse.
O início foi no sul do país, mas foi no Nordeste, no Ceará, que Chico virou popular e se eternizou na história do Ceará. Voltemos a 1994, mais especificamente para a Copa do Brasil e a campanha histórica do vozão. O alvinegro eliminou Campinense, Palmeiras, Internacional, Linhares-ES, até perder na decisão diante do Grêmio. Daquela campanha ele pegou tudo nas quartas contra o inter, mas foi um jogo contra o Palmeiras que deixou o goleiro marcado na memória do torcedor do vozão quando defende um pênalti cobrado por Evair.
"O jogo crucial daquela campanha foi contra o Palmeiras, onde nós mostramos ao Brasil inteiro a qualidade do Ceará. O lance do pênalti foi questão de pesquisar. O Evair batia cruzado o pênalti e aí eu esperei até o último momento. Eu tive a felicidade dele não bater bem e daí eu consegui chegar na bola", pontuou.
O título da Copa do Brasil não veio para eternizar os jogadores na história do clube e para colocar o vozão na Taça Libertadores da América pela primeira vez. De fato, é de se lamentar, mas Chico prefere guardar com carinho o calor da torcida do Ceará, clube pelo qual também trabalhou como preparador de goleiros.
"Só tenho a agradecer pela lembrança. Eu sou muito grato ao clube por ter me dado a chance de ter sido ídolo e de ter dado alegria a torcida alvinegra. Quando eu parei, também tive a honra de fazer parte, por quatro anos, da comissão técnica do Ceará", lembrou Chico.