Acusados de torturar e matar três mulheres são condenados a mais de 335 anos de prisão
Vítimas foram torturadas e tiveram os corpos mutilados numa área de mangue do Bairro Vila Velha há cerca de um ano
Os cinco acusados de torturar e matar três mulheres numa área de mangue do Bairro Vila Velha, há cerca de um ano, foram condenados a penas que somam 335 anos e 6 meses de prisão, a serem cumpridos em regime fechado. A decisão foi proferida na madrugada desta quinta-feira (28), por volta de 1h30min, pelo juiz Victor Nunes Barroso, titular da 3ª Vara do Júri, no Fórum Clóvis Beviláqua, em Fortaleza. O julgamento teve início na manhã de quarta-feira (27). As informações foram confirmadas pela assessoria do Tribunal de Justiça do Ceará .
O réu Francisco Robson de Souza Gomes, que está preso na Penitenciária Federal de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, foi condenado a 85 anos e 6 meses de prisão. O acusado foi julgado por videoconferência. Já Bruno Araújo de Oliveira, Jeilson Lopes Pires, Rogério Araújo de Freitas e Júlio César Clemente da Silva foram sentenciados respectivamente a 78 anos e 6 meses; 85 anos; 78 anos; e 8 anos e 6 meses, todos inicialmente em regime fechado. O julgamento teve a defesa de Sulamita Teixeira e a acusação da promotora Joseana França.
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Os cinco homens planejaram e executaram as mortes de Nara Aline Mota, 23, Darcyelle Ancelmo de Alencar, 31 e Ingrid Teixeira Ferreira, 22. O crime foi filmado e divulgado em redes sociais. Os assassinatos aconteceram em março de 2018 e os corpos das vítimas só foram encontrados 6 dias depois, enterrados em um buraco próximo do local das mortes, no Bairro Vila Velha.
Os réus foram julgados por três homicídios triplamente qualificados (por motivo torpe, meio cruel e uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima), destruição e ocultação dos cadáveres, participação em organização criminosa, porte ilegal de arma de fogo e tortura. O crime teria sido motivado pela rivalidade entre facções criminosas.
Segundo Joseana França, o réu Francisco Robson, conhecido como 'Mitol', deu a ordem a seu braço direito, Jeilson Lopes Pires, o 'Jê'. A morte de Nara deveria seguir o modelo do grupo 'Estado Islâmico', internacionalmente conhecido pelo extremismo. A cena do cumprimento foi amplamente compartilhada e, ainda hoje, permanece como prova da barbárie que se tornou a briga de facções pelo domínio de territórios.