Cearenses avaliam vídeo divulgado pelo STF sobre reunião de Bolsonaro com ministros

O vídeo foi liberado pelo Supremo Tribunal Federal após integrar inquérito

Escrito por Redação ,
Legenda: Reunião ministerial em investigação pelo STF
Foto: Foto: Reprodução

Parlamentares cearenses reagiram a vídeo divulgado nesta sexta-feira (22) de reunião ministerial do Palácio do Planalto. O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou o sigilo do vídeo que integra inquérito que investiga suposta interferência do presidente Jair Bolsonaro no trabalho da Polícia Federal.

A acusação do ex-ministro Sergio Moro aponta para movimentações de Bolsonaro no sentido de evitar investigação de familiares e pessoas próximas.

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Em um dos trechos, o presidente diz que não vai esperar que a família ou amigos sejam prejudicados em investigações. "Eu não vou esperar f**** a minha família toda, ou amigos meus, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence à estrutura. Vai trocar", disse a ministros.

A transcrição da íntegra da reunião foi disponibilizada pelo STF.

Veja trechos da reunião:

Nas redes sociais, a deputada federal do PT, Luizianne Lins, publicou que a declaração do presidente é "crime confesso". "O genocida fala abertamente em interferir na PF para proteger família e amigos. Criminoso!", relatou a parlamentar.

Colega de bancada da ex-prefeita na Câmara, deputado José Guimarães, criticou também fala do presidente que diz ter interesse em armar a população para evitar um golpe no País. "Não podemos aceitar que um presidente defenda o armamento da população para desrespeitar o isolamento", disse o petista.

"O presidente precisa ter um papel conciliador, e não de facilitador da violência. A vida dos brasileiros está em risco nesse governo fascista", argumentou.

Aliado de Bolsonaro, o deputado estadual André Fernandes (PSL) publicou que assistiu ao vídeo da reunião ministerial e que mantém "orgulho" do presidente da República. "Assisti o vídeo da reunião ministerial. Orgulho define o que sinto neste momento! Votei e voto de novo!", escreveu nas redes sociais.

O deputado federal Jaziel Pereira (PL) discordou da divulgação do vídeo. "Eu acho que não tinha que ser divulgado. É como divulgar uma reunião aqui do Camilo. Tem que ver essas interferências. Acho que foi um desserviço o que o Supremo fez", disse. 

Ainda segundo o aliado do presidente, "as pessoas só estão pensando em projeto de poder". "Agora, não tem nada grave lá. É miuta picuinha, tem que deixar o presidente governar. O Moro é um judas. É um cara totalmente despreparado para alguma coisa", declarou.

O deputado federal Heitor Freire (PSL), que já foi mais próximo ao presidente e que hoje se encontra afastado, disse que "o objetivo principal dessa divulgação era prestar contas para a sociedade sobre se o presidente Bolsonaro, de fato, usou o momento para pressionar o ex-ministro Sergio Moro sobre a chefia da Polícia Federal. Isso não ficou claro no vídeo". 
 

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