Venda de parques eólicos no CE e PE supera R$ 2 bi

Desenvolvedora informou ontem que concluiu a transação com a empresa britânica Actis

Escrito por Redação ,
Legenda: O Complexo Eólico Ventos de Tianguá, situado na Serra da Ibiapaba, tem capacidade de 130 megawatts (MW) e foi vendido à Actis

A desenvolvedora de projetos eólicos Casa dos Ventos informou ontem que concluiu a venda dos complexos Ventos de Tianguá, situado no Ceará, e Ventos de São Clemente, em Pernambuco, para o fundo de investimento britânico Actis. De acordo com informações repassadas por uma fonte ao Diário do Nordeste, o valor da transação, incluindo os dois parques, ultrapassa os R$ 2 bilhões.

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Os projetos foram desenvolvidos e implantados pela Casa dos Ventos e passam agora a ser detidos pela Echoenergia, empresa criada pela Actis. O Diário já havia noticiado no dia 11 deste mês que a britânica era uma das interessadas na aquisição, assim como a chinesa State Power.

O Complexo Eólico Ventos de Tianguá, situado na Serra da Ibiapaba, começou a operar em setembro do ano passado e contou com um investimento de cerca de R$ 800 milhões. O parque possui uma capacidade instalada de 130 megawatts (MW), com 77 aerogeradores.

Já o complexo Ventos de São Clemente, situado no agreste pernambucano, iniciou operação comercial em julho de 2016 e possui 126 aerogeradores, que totalizam uma capacidade instalada de 216 MW. O diretor de Novos Negócios da Casa dos Ventos, Lucas Araripe, destaca que o capital adquirido com a venda dos dois parques à Actis "vai para o caixa da empresa para nós conseguirmos investir nos próximos leilões de energia".

"Isso nos torna bastante competitivos. Quando um leilão for aberto, nós teremos muita capacidade para implementar nossos projetos", afirmou.

"Nós pretendemos investir nos próximos dois anos em mais ou menos 500 MW em novos parques", acrescenta Araripe.

Próximos investimentos

Para o Ceará, a Casa dos Ventos possui outros dois projetos "já desenvolvidos, com layout e aprovação ambiental, mas estamos aguardado os leilões", segundo o diretor.

Em anexo ao parque vendido, situado em Tianguá, a empresa prevê a instalação de outro empreendimento eólico, de 60 MW, com R$ 400 milhões de investimento. Para o mesmo município também está previsto um parque de energia solar, com 120 MW e aporte de aproximadamente R$ 600 milhões.

"Além disso, nós temos um projeto para Tauá e outro para Salitre, que ainda estão em fase de estudos", diz Lucas Araripe.

Manter ativos

Paralelamente à venda de projetos, para dar liquidez a futuros investimentos, a Casa dos Ventos também pretende manter e operacionalizar alguns empreendimentos. O Complexo Eólico Ventos do Araripe III pode ser um deles, segundo o diretor de Novos Negócios. "Estamos terminando de montá-lo e comissioná-lo e pretendemos finalizá-lo em junho. A partir de então, veremos se vamos mantê-lo ou se vamos levá-lo a mercado", diz.

O Ventos do Araripe III, situado entre Piauí e Pernambuco, detém sozinho 358 MW, capacidade maior que a soma dos outros dois que já foram comercializados para a Actis.

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