Localização é trunfo para terminal ser hub

Porto cearense também apresenta como atrativos a estrutura disponibilizada e as tarifas praticadas

Escrito por Redação ,
Legenda: O terminal portuário do Ceará conta ainda com um calado natural de 15 a 20 metros de profundidade, possibilitando o recebimento de grandes cargueiros Post Panamax
Foto: FOTO: NATINHO RODRIGUES

Um dos principais trunfos logísticos do Ceará, a localização geográfica deve ser decisiva para que o Porto do Pecém se torne um dos principais hubs de cargas marítimas do País, pela proximidade com os EUA, Europa, África e Ásia, por meio do Canal do Panamá. Além de oferecer tarifas portuárias atrativas, o porto conta com um calado natural de 15 a 20 metros de profundidade, podendo receber os grandes cargueiros Post Panamax.

"O governador Camilo Santana vem enfatizando a importância do Ceará se consolidar como um grande hub em três grandes frentes: portuária, aeroportuária e em telecomunicações, com a Angola Cables", diz o secretário do Desenvolvimento Econômico, Cesar Ribeiro.

Segundo o consultor internacional Alcântara Macedo, parte do interesse do Porto de Roterdã no Cipp se deve a essa localização estratégica. "Eles têm interesse em ligar o leste brasileiro ao leste norte-americano. E o que nós estamos vendo hoje é só a preliminar do que ainda vai acontecer a partir do próximo ano, porque com Roterdã a consolidação do hub é uma questão de tempo. Essa é a tendência".

Estratégia

Macedo acrescenta que, hoje, o Porto do Pecém é um instrumento estratégico para a economia brasileira. "Temos um equipamento que faz essa ligação internacional do Ceará com o mundo", ele diz. "É preciso lembrar que a CSP (Companhia Siderúrgica do Pecém) só está no Ceará por causa do Porto do Pecém, assim como a Silat (Siderúrgica Latino Americana)".

Tempo

Apesar do potencial, a expectativa é que ainda leve alguns anos para que o Pecém se torne efetivamente um hub de cargas, uma vez que o volume de cargas e o fluxo de embarcações necessário para que o terminal opere como um centro de conexões depende também do desempenho da economia brasileira. Segundo João Momesso, diretor de Trade e Marketing da Maersk Line para a Costa Leste da América do Sul, por esse motivo o porto cearense não deverá operar como um hub antes de 2019. "A gente acredita muito no Pecém, que tem uma localização muito interessante e tem investido em algumas mudanças. E o aumento do Canal do Panamá traz possibilidades interessantes no futuro".

Momesso diz que a aproximação com Roterdã deve gerar ganhos com eficiência operacional, fazendo com que o terminal do Pecém fique mais próximo do nível dos do Sudeste.

"O aumento do Canal do Panamá mudou algumas coisas. As importações da China para a costa leste da América do Norte, no passado, iam pelo Canal de Suez, passando pelo Mediterrâneo. Agora mais navios estão vindo pelo Pacífico, passando pelo Panamá, de onde o Pecém não está muito distante. Então um navio desses poderia fazer uma escala no Pecém, que tem potencial de ser um futuro hub de cargas no Brasil". 

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