Importação: sai algodão, entra insumo siderúrgico

Escrito por Redação ,

Diretamente relacionada com a produção industrial do Estado, as importações cearenses tinham como principal item o algodão, que abastecia a indústria têxtil. No ano 2000, entraram no Ceará mais de 110 mil toneladas de algodão, no valor de US$ 118 milhões. No ano passado, porém, o insumo não figurava nem na relação dos 50 principais itens importados pelo Estado. Os únicos que permanecem de forma consistente entre os cinco principais produtos importados são o trigo e o gás natural.

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Além desses itens, nos últimos anos, a pauta de importação tem sido formada por insumos para a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) e para as usinas termelétricas, como a hulha betuminosa (tipo de carvão mineral), principal produto importado de janeiro a julho deste ano, no valor de US$ 298,8 milhões por 2,7 milhões de toneladas, representando 22,6% do total das importações cearenses neste ano.

"Estamos no semiárido, em uma área muito difícil para a produção agrícola. E o nossa produção de matéria prima é deficitária, então devemos continuar a ter uma balança comercial deficitária, considerando o mercado interno. Mas, com o avanço da CSP e da ZPE certamente teremos uma balança superavitária no mercado internacional", diz o economista Alcântara Macedo.

Saldo

Desde o ano 2000, o valor das exportações cresceram 161%, passando de US$ 495 milhões para US$ 1,29 bilhão em 2016. No entanto, o crescimento das importações no mesmo período foi de 386%, passando de US$ 717,7 milhões para US$ 3,4 bilhões. Desde 2000, em três anos, o Ceará registrou superávit na balança comercial, de 2003 a 2005. E com o desenvolvimento da ZPE, um dos desafios é tornar a balança superavitária de forma consistente. "Historicamente, temos déficits na balança do Estado, exportando produtos primários ou commodities. Agora, com a ZPE, a expectativa é que a gente passe a ter uma pauta de maior valor agregado e que o volume aumente, gerando mais receita", diz o economista Ricardo Eleutério, professor de economia internacional. "Então, é um cenário muito favorável, ainda mais por nós termos a única ZPE em operação no País". (BC)

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