Camilo vai à Galícia por Escola de Pesca do Ceará

Escrito por Egídio Serpa - Colunista ,
Legenda: Nas próximas semanas, o governador Camilo Santana viajará à Espanha para celebrar um acordo com o governo da Galícia
Foto: Foto: Luis Miguel Bugallo Sanchez

Um sonho antigo do setor pesqueiro cearense vai tornar-se realidade, provavelmente ainda neste semestre - a Escola de Pesca do Ceará. Nas próximas semanas, o governador Camilo Santana e seu secretário de Assuntos Internacionais, Antônio Balhmann, viajarão à Espanha para celebrar, com o governo da região da Galícia, um acordo por meio do qual as duas partes investirão dinheiro, conhecimento e tecnologia na construção de uma unidade de ensino teórico e prático para a formação de técnicos em pesca. O Ceará tem 600 quilômetros de costa.

Essa Escola de Náutica e Pesca - que no segundo Governo Tasso Jereissati teve sua construção inviabilizada pela posição do PCdoB que na época se ergueu contra a sua localização numa região de duna do litoral Norte do Estado - deverá agora ser instalada na geografia de S. Gonçalo do Amarante, onde hoje está implantada e em operação a Crusoe Foods do Brasil, empresa galega do grupo espanhol Jealsa, um dos maiores produtores de conservas da Europa, que beneficia sardinhas, atum e outros peixes capturados 200 milhas além da praia cearense.

Por causa da presença da fábrica da Crusoe Foods em S. Gonçalo, aquela região do litoral norte do Ceará tem se transformado num crescente polo pesqueiro. Já navegam na região 34 barcos de madeira - construídos por pequenos estaleiros locais - que se dedicam à captura do atum. "Por causa desse esforço de pesca e pela presença da fábrica espanhola em São Gonçalo do Amarante, o Ceará está produzindo hoje - para o mercado interno e também para exportação - o melhor atum do Brasil", declara o secretário Antônio Balhmann com a alegria de quem, com o apoio do governador Camilo Santana, está a resgatar um sonho antigo.

Ele contou que, em 1993, no governo de Ciro Gomes, do qual era secretário de Indústria e Comércio, viajou a Tóquio num esforço para trazer para o Ceará a Japan Tuna, maior cooperativa de pesca do Japão. O esforço não vingou por vários motivos. Mas, 21 depois, Balhmann conseguiu trazer para cá a primeira indústria de conserva de pescado do Ceará - a Crusoe Foods, da Galícia, mas com negócios de pesca em várias partes do mundo. A presença dos espanhóis em S. Gonçalo do Amarante motivou os pequenos estaleiros locais a construírem barcos de madeira para a pesca do atum. Hoje, a frota de 34 barcos captura, mensalmente, a 200 milhas da costa, 5 mil toneladas de atum, que são beneficiadas pela Crusoe.

O sonho de Antônio Balhmann é ver operando na costa do Ceará uma frota moderna de barcos pesqueiros de atum - de aço, com navegação via satélite e com todos os equipamentos necessários ao esforço da pesca, incluindo câmera frigorífica. "Com a próxima instalação da Escola Náutica e Pesqueira do Ceará e com o crescimento das atividades da Crusoe Foods, os espanhóis serão atraídos para cá com seus grandes barcos pesqueiros, não tenho dúvida", diz.

Há três semanas, o presidente da Crusoe, D. Jesus Alonso, esteve em Fortaleza, reuniu-se com o governador Camilo Santana e com ele acertou uma agenda de contatos e visitas que acelerarão as providências para a construção da Escola de Pesca na região de S. Gonçalo do Amarante. Segundo Antônio Balhmann.

Está prevista para as próximas semanas a ida do governador cearense à Galícia com cujo governador acertará um novo acordo de cooperação.

Usina de regaseificação

O secretário Antônio Balhmann revelou que a visita da cúpula dirigente da empresa coreana Kogas ao Ceará - encerrada na manhã de ontem, 29, "foi uma demonstração do alto interesse deles" de investirem no projeto de construção, na área do Complexo Industrial do Pecém, de uma usina de regaseificação, que substituirá a usina flutuante da Petrobras instalada a bordo de um navio atracado no píer número dois do Porto do Pecém.

Balhmann informou que, nas vezes anteriores, a Kogas mandou aqui "funcionários do meio de campo", desta vez quem veio foi seu vice-presidente Su-Seog Ko, o diretor-geral Kim Woo Taek e o executivo Sang Jeong Hum, todos da alta cúpula da companhia coreana.

Os asiáticos voltarão ao Brasil ainda neste semestre para mais uma rodada de negociações com a Petrobras - dona da usina regaseificadora do Pecém - e com o Governo do Ceará. Mas Balhmann adiantou que o que parecia mais difícil - a composição societária da empresa a ser constituída para a construção e operação da usina - já foi acordado.

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