Após 3 anos, ZPE Ceará tem lucro de R$ 4,4 mi

A empresa só passou a gerar receita a partir de setembro de 2013, com o recebimento de cargas para a instalação da CSP

Escrito por Redação ,
Legenda: Com o resultado alcançado, a ZPE Ceará reduziu seu prejuízo acumulado, desde 2011, de R$ 4,92 milhões para R$ 467,7 mil
Foto: FOTO: HELOSA ARAÚJO

Primeira Zona de Processamento de Exportação (ZPE) a entrar em operação no País, a ZPE Ceará, localizada no Pecém, registrou, em 2014, o primeiro resultado financeiro positivo desde o início de suas atividades comerciais, em 2011. A companhia administradora da zona divulgou, na última sexta-feira (24), um lucro de R$ 4,46 milhões, referente ao ano passado, após três anos de prejuízos.

Com o resultado alcançado, a ZPE Ceará reduziu seu prejuízo acumulado, desde de 2011, de R$ 4,92 milhões para R$ 467,7 mil. De acordo com o documento, o ano de 2014 "representou uma etapa de consolidação" do empreendimento.

Segundo o balanço, "os prejuízos registrados decorreram do fato de que, desde 2010, ano de constituição da companhia, até o primeiro semestre de 2013, a ZPE Ceará encontrava-se em fase pré-operacional, não tendo auferido receitas nesse referido período, apenas despesas administrativas e de instalação".

Somente a partir de setembro de 2013, a companhia passou a registrar receitas, a partir do recebimento de cargas destinadas à instalação da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP).

Recursos aportados

Nos anos anteriores, a ZPE Ceará fez uso dos recursos aportados por seu acionista controlador, o Tesouro estadual, gerando os prejuízos observados. Ao longo do período de 2011 a 2013, foram investidos pelo governo R$ 4,37 milhões, que, somados ao aporte realizado em 2010, ano em que a ZPE Ceará foi criada, completam o capital subscrito de R$ 10 milhões da companhia. Em 2014, não houve investimentos por parte do Estado na ZPE Ceará.

"Atualmente, a Administradora da ZPE possui suas contas equilibradas, sendo suas receitas fixas provenientes do contrato de prestação de serviços com as empresas instaladas no Setor I da ZPE Ceará, que estão sendo suficientes para cobrir as despesas fixas. Entretanto, conta ainda com a possibilidade de aumentar suas receitas, pela geração de receitas variáveis, decorrentes da prestação de serviços conexos à movimentação interna e de armazenagem de cargas", analisa o relatório.

A companhia afirma haver uma expectativa de crescimento ainda maior das receitas, com a previsão de instalação no complexo de novas empresas.

O chamado Setor I da ZPE possui três empreendimentos de médio e grande porte em instalação: a CSP, a Vale Pecém e a White Martins, sendo que estes dois últimos passaram a ser atendidos pela companhia a partir do ano passado.

A Vale Pecém, subsidiária integral da Vale S.A, tem investimentos previstos de US$ 96,7 milhões em sua instalação. A unidade industrial vai receber, estocar, preparar (processo de blendagem) e fornecer o minério de ferro adequado ao consumo da CSP. Já a White Martins Pecém Gases Industriais Ltda. Envolverá recursos de R$ 356,87 milhões na construção da planta de produção de gases atmosféricos para suprir a demanda de oxigênio, nitrogênio e argônio da unidade industrial da CSP.

Expansão

O balanço informa que a Área Comercial da companhia tem se dedicado ao planejamento para a expansão da ZPE no setor IV do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), para atender a novas empresas que queiram se instalar na área alfandegada. O balanço aponta que existem "novos desafios" a serem tocados pela ZPE Ceará, por meio dos investimentos que estão sendo realizados pela CSP, "podendo a ZPE vir a transformar-se num polo siderúrgico e metalomecânico, e, em contrapartida, o regime de ZPE estará apto a colaborar com o desenvolvimento de quaisquer indústrias, sejam elas de capital nacional ou estrangeiro, que cumpram os requisitos legais para operar com o apoio dos incentivos". Para isso, a companhia reforça que o desenvolvimento da ZPE depende da continuidade dos investimentos em infraestrutura por parte das esferas governamentais, para atender ao aumento da demanda.

Sérgio de Sousa
Repórter

 

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