Ministério da Saúde estuda a ampliação da oferta de vacina contra a dengue

Atividades do Centro de Operações de Emergência contra a dengue tiveram início neste sábado (3)

Escrito por Redação ,
Reunião para abertura do Centro de Operações de Emergências contra a dengue (COE Dengue)
Legenda: O início das atividades do Centro de Operações de Emergências contra a dengue (COE Dengue) ocorreu neste sábado (3), em Brasília
Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, informou que a Pasta estuda a ampliação da oferta da vacina contra a dengue no País. Durante a abertura do Centro de Operações de Emergências contra a dengue (COE Dengue), realizada neste sábado (3), em Brasília, a gestora afirmou que esse assunto foi tratado em reuniões com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Butantã.

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Ainda que a oferta da vacina seja ampliada, a ministra destacou que a aplicação do imunizante não terá impacto imediato no controle da dengue, devido à baixa disponibilidade de doses pelo laboratório fabricante. As principais estratégias, segundo a gestora, devem ser a prevenção e o cuidado: “Fazer o controle dos focos do mosquito em nossas casas e cuidar de quem adoece”, afirmou.

“Elas (as vacinas) significam muito, até porque adquirimos vacinas para 2024 e 2025 e todo o nosso esforço será para ampliar essa oferta, mas não vai ter um impacto nesse intervalo inicial de poucos meses”, disse.

DENGUE NO BRASIL E NO CEARÁ

De acordo com dados do Painel de Monitoramento de Arboviroses, atualizados na sexta-feira (2), 107.159 casos de dengue foram confirmados no Brasil em janeiro de 2024. No mesmo mês do ano passado, houve 82.840 confirmações. Em todo o País, foram confirmadas 29 mortes causadas pela doença. E 61 seguem em investigação.

Ao contrário do cenário nacional, que tem mais casos de dengue confirmados neste ano do que no mesmo período de 2023, no Ceará foram 125 confirmações da doença neste ano e 888 no ano passado. Não há mortes confirmadas nem em investigação no Estado em 2024.

Durante a cerimônia, a ministra destacou que a atual situação da dengue é mais preocupante em alguns municípios do Acre, no Distrito Federal, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro e no Paraná. “Agora, temos concentração nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul, mas isso não caracteriza um quadro de emergência nacional, quadro de epidemia nacional, mas de epidemia a nível local”, afirmou.

O período de chuvas e as altas temperaturas no Brasil são o ambiente propício para o aumento de arboviroses, como dengue, zika e chikungunya. Segundo o Ministério, a principal medida de prevenção é a eliminação dos criadouros do mosquito. Com isso, a Pasta destaca a importância de a população receber os agentes de combate a endemias e agentes comunitários de saúde, que vão ajudar a encontrar e eliminar possíveis criadouros.

O COE Dengue foi instalado pelo Ministério da Saúde na quinta-feira (1º) para acelerar a organização de estratégias de vigilância frente ao aumento de casos no Brasil. A iniciativa — que será coordenada pela Pasta, em conjunto com estados e municípios — vai realizar coleta e análise de dados, produção de relatórios e divulgação de informações por meio de boletins e informes epidemiológicos.

VACINA CONTRA A DENGUE

A primeira remessa, com cerca de 757 mil doses de vacina contra a dengue, chegou ao Brasil no dia 20 de janeiro. Outra, com mais de 568 mil doses, está prevista para chegar neste mês de fevereiro. Porém, segundo informações do Ministério da Saúde, os lotes iniciais passam por análise técnica obrigatória no Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS).

O Ministério adquiriu o quantitativo total disponível pelo fabricante para 2024: 5,2 milhões de doses. Segundo a empresa, a previsão é que essa quantidade seja entregue ao longo do ano, até dezembro. Para 2025, já foram contratadas outras 9 milhões de doses.

A vacina será aplicada na população de regiões endêmicas, em 521 municípios. A distribuição do imunizante para as cidades selecionadas terá início na próxima semana, segundo informou o diretor do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Eder Gatti, em reunião tripartite na sede da Organização Pan-americana da Saúde (Opas), em Brasília, na quinta-feira.

O Ministério aguardava a tradução da bula do imunizante Qdenga para o português. Essa é uma exigência da Anvisa ao fabricante.

O processo de aplicação da vacina foi organizado com os órgãos representantes das Secretarias de Saúde dos estados e municípios — Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e Conselho Nacional de Secretarias Municipais (Conasems) —, seguindo as recomendações da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI) e da Organização Mundial de Saúde (OMS).

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