Família cria 'vaquinha' para tratar câncer de filho de Bruno Pereira, indigenista morto em 2022
O menino Pedro, de cinco anos, luta contra um tipo agressivo de câncer
A família de Bruno Pereira, indigenista assassinado junto ao jornalista britânico Dom Phillips no Amazonas em 2022, criou uma "vaquinha virtual" para continuar o tratamento do câncer do Pedro, filho de cinco anos de Bruno e da antropóloga Beatriz Matos. O pequeno luta contra um neuroblastoma estágio quatro desde o ano passado, um tipo agressivo da doença.
Conforme o pedido de ajuda, a família precisa de R$ 2 milhões para comprar um medicamento importado, que não é ofertado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), para evitar que a doença se espalhe.
Até as 23h20 desta quinta-feira (4), mais de R$ 200 mil haviam sido arrecadados. "Aos 5 anos, depois de 5 meses fazendo quimioterapia em hospital público, a luta do Pedro é para que o câncer não se espalhe. Isso só pode ser evitado com um medicamento caríssimo (betadinutuximabe), que tem de ser importado e não é oferecido pelo SUS", diz descrição da vaquinha.
Na publicação, a luta de Bruno Pereira para preservar a Amazônia e proteger os indígenas e suas terras foi relembrada. "[Bruno] Lutou pelos povos indígenas. Defendeu a floresta, o nosso futuro, o futuro dos nossos filhos. Agora, a batalha do Pedro, o filho do Bruno e da antropóloga Beatriz de Almeida Matos, é pela vida. E o Brasil pode salvar o Pedro".
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Relembre o caso
Bruno Pereira e Dom Phillips faziam uma expedição para investigar irregularidades na Terra Indígena Vale do Javari, na Amazônia e foram vistos pela última vez no dia 5 de junho de 2022. Dez dias depois, os restos mortais deles foram localizados.
Eles se deslocavam da comunidade ribeirinha de São Rafael para a cidade de Atalaia do Norte (AM), quando sumiram sem deixar vestígios.
As vítimas foram executadas a tiros e tiveram os corpos esquartejados, queimados e enterrados. A perícia concluiu que Bruno recebeu dois disparos no tórax e um na cabeça, enquanto Dom foi baleado no tórax.
Segundo um dos autores do crime, a motivação do assassinato de Bruno e Dom teria sido justamente a atuação deles na denúncia de acesso e exploração ilegal da reserva. Cinco pessoas chegaram a ser presas por envolvimento no crime.