CPI da Covid: Senadores ouvem ex-ministro Henrique Mandetta; veja ao vivo

Por volta das 18h25, o senador Omar Aziz encerrou a reunião da CPI.

"Esta CPI está na casa de cada brasileiro. Não é uma CPI abstrata", ressaltou o presidente, Omar Aziz. "Essa CPI não cessa a infecção do vírus da Covid-19", frisou, destacando que, por isso, ela precisa ser mais propositiva. Ele destacou que mais de 400 mil óbitos já foram causados pela doença no País.

Participando remotamente, o senador Jorge Kajuru (Podemos-GO) disse que este momento com o ex-ministro é uma "reunião inútil" por não tratar do "principal assunto", segundo ele, que foi a recusa do Governo Federal de comprar vacinas da Pfizer ainda em agosto de 2020.

O senador Rodrigo Cunha (PSDB-AL) questionou se existia no País, no começo da crise, um plano de trabalho efetivo para desenvolvimento nacional de vacinas e investimento do Governo Federal nos laboratórios para desenvolvimento de vacinas.

"A gente perdeu muito por não ter usado esses kits aqui, e eles terem envelhecido, perdido prazo de validade dentro do Ministério da Saúde", afirma Mandetta acerca dos testes RT-PCR para testagem da Covid-19 no Brasil. Segundo o ex-ministro, o teste tem padrão ouro.

O ex-ministro defende que, caso o País tivesse tido "promoção em saúde" e uma equipe técnica para adquirir a vacina com antecipação, a segunda onda da Covid-19 não teria acontecido.

O senador Randolfe Rodrigues, a partir das informações ditas por Mandetta, comunicou protocolar requerimento convocando o ministro da Economia, Paulo Guedes, a comparecer à CPI da Covid. 

Em resposta à senadora Leila Barros, Mandetta afirma que havia distanciamento com a equipe do Ministério da Economia. "Eu dialogava um pouco com o segundo escalão com algumas questões, mas, entre ministros, telefonemas, recados para conversar com ministros não eram respondidos", diz, acrescentando que a pandemia recebia uma "importância menor". 

Após considerações do senador Fernando Bezerra Coelho (MDB), Mandetta pontua que houve mudança de atitude por parte do governo, o qual buscou postura técnica e não quis adotá-la posteriormente.

O ex-ministro afirma que se assessorou com pessoas com conhecimento técnico na área. "Se não são os melhores, são aqueles que há mais tempo estão expostos a decisões duras em saúde. E na hora dessa gente trabalhar, essa liderança não quis uma liderança técnica", alega.

Mandetta critica o ministro da economia, Paulo Guedes, e diz que ele não ajudou.

Mandetta responde aos questionamentos feitos pela senadora Eliziane Gomes (Cidadania-MA). Dentre outras coisas, parlamentar perguntou ao ex-ministro se o governo federal poderia ter evitado as mortes por Covid-19.

Senadora Zenaide Maia fala no momento e defende as vacinas. Parlamentar falou da importância do imunizante e do distanciamento enquanto não há vacinas suficientes.

Após finalizar a leitura, Aziz marcou convocação de Eduardo Pazuello para o dia 19 de maio, uma vez que o ex-ministro não poderia participar presencialmente em razão de suspeita de Covid-19.

O presidente da CPI, Omar Aziz, faz leitura de comunicado do Exército a respeito do depoimento do ex-ministro Eduardo Pazuello, que estava marcado para esta quarta (5).

"O Brasil podia ter feito muito melhor. Acho que esse é o ponto; meu sentimento como gestor e a frustração em não ter sido capaz de explicar isso de uma maneira mais clara. Mesmo escrevendo, desenhando, explicando", lamentou ex-ministro Luiz Henrique Mandetta.

O ex-ministro também pontuou que suas decisões também passaram pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec). "A lei não autoriza que um ministro da saúde proceda dessa maneira, sob a ótica pessoal, ou de quem quer que seja [...] senão estaríamos em completa distonia com a coisa pública", afirmou.

O senador Alessandro Vieira questiona Mandetta sobre providências relevantes que o ministro não conseguiu adotar à frente da Pasta.

Mandetta alega que o mundo não tem governança para lidar com um problema dessa amplitude. "A falta de clareza da China e da OMS durante 45 dias foi determinante não só pro Brasil, mas pro mundo".

Mandetta responde afirmando que o Ministério é "um dos mais responsáveis" em relação a compras. Quanto à fala de Pazuello sobre pressões, ele diz que há uma pressão "legítima" e "normal" dos parlamentares para que haja direcionamento de verbas aos seus estados de origem. "Nunca havia absolutamente nada que não seja absolutamente dentro do que se espera de homens públicos. Nunca presenciei nada que pudesse desabonar a conduta de quem quer que seja que estivesse lá".

O senador Angelo Coronel pergunta sobre dispensas de licitação e contratos emergenciais na gestão de Mandetta, além de questioná-lo sobre eventuais pressões devido a verbas, aludindo a uma entrevista do ex-ministro Eduardo Pazuello.

Mandetta diz que a cepa de Manaus foi descoberta no Japão porque não houve processo de testagem no Brasil. "Faltou, ali, preparo, estudo de monitoramento de cepa".