Casos suspeitos de leptospirose no Rio Grande do Sul devem receber tratamento imediato, diz governo

A recomendação é tratar pacientes antes da confirmação laboratorial

Escrito por Agência Brasil e Diário do Nordeste ,
Água de alagamento pode bactéria leptospira
Legenda: Água de alagamento pode bactéria leptospira
Foto: Ricardo Stuckert / Presidência da República

O Ministério da Saúde comunicou, neste sábado (11), que os casos suspeitos de leptospirose no Rio Grande do Sul devem iniciar o tratamento contra a doença imediatamente — sem a necessidade de confirmação laboratorial. A orientação é em razão do risco aumentado provocado pelas enchentes no estado.

“Profissionais de saúde devem estar atentos a isso”, alertou a pasta, ao recomendar “notificação mais sensível” de casos suspeitos na região.

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Em nota, o órgão destacou que a ocorrência de leptospirose está relacionada a condições precárias de infraestrutura sanitária e à alta infestação de roedores infectados pela doença.

Em cenários de desastres climáticos, como inundações, a disseminação e a persistência da bactéria no ambiente podem facilitar a ocorrência de surtos da doença
Ministério da Saúde

O que é a leptospirose?

Doença tem alto nível de transmissão pela urina de roedores
Legenda: Doença tem alto nível de transmissão pela urina de roedores
Foto: Shutterstock

É uma doença infecciosa febril aguda transmitida a partir da exposição direta ou indireta à urina de animais, principalmente ratos, infectados pela bactéria Leptospira. A penetração da bactéria ocorre a partir de lesões na pele, pelas mucosas ou pela pele íntegra imersa por longos períodos em água contaminada. 

O período de incubação, ou seja, o intervalo de tempo entre a transmissão e o início dos sintomas pode variar de um a 30 dias, mas normalmente ocorre entre sete a 14 dias após a exposição a situações de risco.

A doença apresenta elevada incidência em determinadas áreas do país e o risco de letalidade pode chegar a 40% nos casos mais graves. 

Ação imediata

A recomendação da pasta é que pacientes que apresentem febre e dores, sobretudo na região lombar e na panturrilha, e que tiveram contato com água ou lama da inundação por um período de até 30 dias antes do início dos sintomas recebam tratamento com quimioprofilaxia. “Dessa forma, o sistema de saúde conseguirá captar mais casos na fase inicial da doença”, destacou a nota.

Além disso, deverão ser difundidas informações a todas as pessoas que tiveram contato com água ou lama de enchentes, sobre os sinais e sintomas da doença e onde ela poderá procurar assistência médica. A pasta pede que seja estabelecido diagnóstico diferencial para doenças respiratórias, diarreicas agudas, infecções do trato urinário, sepse e hepatite A

Tratamento preventivo

A quimioprofilaxia, por definição, é o uso de substâncias ou meios químicos para impedir o desenvolvimento de uma doença ou infecção. O uso do tratamento para a leptospirose, segundo a pasta, não é recomendado como medida de prevenção em saúde pública, mesmo “em casos de exposição populacional em massa, por ocasião de desastres climáticos com enchentes”.

Já a possibilidade de uso da quimioprofilaxia para pessoas que atuam nas operações de resgate no Rio Grande do Sul, de acordo com a nota, pode ser considerada em razão da exposição constante e do risco de infecção. “Neste caso, o método poderá ser adotado conforme decisão e fluxos definidos na gestão do nível local, a depender da disponibilidade de medicamentos”.

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