Bloqueios ilegais em rodovias chegaram ao pico na madrugada desta terça (1º), diz PRF
Polícia Rodoviária garante que pouco mais de 300 pontos já foram desbloqueados
Com 420 trechos interditados, o Brasil chegou, na madrugada desta terça-feira (1º), ao pico de bloqueios ilegais nas rodovias federais promovidos por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Os protestos se intensificaram poucas horas após o resultado das eleições de domingo (30), que consagraram Luiz Inácio Lula da Silva (PT) o próximo presidente da República.
Na manhã desta terça, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a quantidade de interdições foi reduzida quase que pela metade, chegando a 267 trechos bloqueados por volta de 12h. Os estados mais impactados pelos bloqueios são Santa Catarina, Pará e Mato Grosso, de acordo com a PRF.
O órgão informou ainda, em coletiva para a imprensa nesta manhã, que foram realizadas 182 autuações previstas no Código de Trânsito Brasileiro (CTB) contra pessoas que foram identificadas obstruindo as vias ou comandando as ações ilegais. Nesses casos, as multas aplicadas vão de R$ 5 a R$ 17 mil
Também foram feitas prisões. Contudo, esses dados não foram divulgados ainda pela Polícia.
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Policiais envolvidos são investigados
Na coletiva, o corregedor-geral da PRF, Wendel Benevides Matos, afirmou que os policiais rodoviários federais envolvidos nos três casos que repercutiram nas redes sociais — um em São Paulo e dois em Santa Catarina —, estimulando os bloqueios ilegais ou afirmando que não multariam os agitadores, estão sendo investigados e que, após conclusão da Corregedoria, os agentes deverão responder a procedimentos administrativos.
O inspetor adiantou, porém, que nenhum dos servidores foi afastado ainda de suas funções e que somente estão sendo "orientados". "As chefias foram orientadas a verificar com os policiais o teor das falas", afirmou o corregedor-geral.
"Nenhuma ordem foi dada no sentido de que servidores deixassem de cumprir o seu papel", concluiu.
PRF diz desconhecer lideranças e pautas
Os representantes da PRF afirmaram ainda que estão tendo dificuldade para identificar "eventuais lideranças" das interdições e que, por isso, não conseguem informar quais são as pautas ou as demandas dos protestantes.
Também não há previsão para o fim completo dos bloqueios.