Após denúncia de risco na realização do Revalida, Inep assegura ocorrência da prova em dezembro
O órgão do Governo Federal se manifestou, em nota, depois que uma reportagem revelou que a 2ª etapa do Revalida estaria sob ameaça de não ser realizada
Após a divulgação de que um documento interno do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) apontava falta de médicos capacitados para definir todas as tarefas do teste prático do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos (Revalida), o órgão se manifestou, em nota, e disse que a segunda etapa da prova não vai atrasar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
O documento obtido pela reportagem do Estadão, conforme a Agência Estado, apontava ainda que os prazos "foram exíguos" para elaborar as provas, "impactando negativamente na qualidade dos itens e correndo sérios riscos da não aplicação".
Outra alegação é que uma comissão de médicos responsável pela concepção do Revalida "sofreu total reestruturação".
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Conforme o documento, a maior parte dos médicos nomeados pelo presidente do Inep, Danilo Dupas, não tinham experiência prévia com o Revalida e não passaram por capacitação devido ao cronograma apertado. Em nota, o Inep assegura que a segunda etapa está confirmada para 18 e 19 de dezembro de 2021.
O grupo, de acordo com a Agência Estado, foi formado no dia 28 de julho, quando faltava pouco mais de um mês da 1ª fase do exame. Nas semanas seguintes, a composição foi alterada por Danilo Dupas.
Na nota, o Inep disse que compete ao presidente do órgão a indicação de seus membros e consta ainda que ratifica "o alto nível técnico" dos escolhidos, além do "profissionalismo e comprometimento com o Revalida".
O Revalida é aplicado para médicos com diplomas expedidos no exterior para verificar a aquisição de conhecimentos, habilidades e competências requeridas para o exercício profissional no Brasil.
Falta de tempo hábil
As mudanças no conselho, segundo o Inep, ocorreram após o afastamento de um integrante denunciado por servidores. Como, conforme o órgão, não havia "tempo hábil" para um chamamento público, o Inep diz ter buscado indicações de novos conselheiros, com 114 nomes apontados por universidades parceiras.
Ainda segundo o Inep, após a denúncia, oito membros do conselho optaram por não serem reconduzidos. Destes, quatro pediram a saída imediata.
Contudo, diz a Agência Estado, servidores do Inep ouvidos pelo Estadão, afirmam que os médicos não pediram para serem desligados. Foram cortados, dizem, porque não passaram no "filtro" de Danilo Dupas.
Neste mês, alegando fragilidade administrativa do órgão e denúncias de assédio contra Dupas, este mês, 37 servidores do Inep pediram para deixar cargos de coordenação. A crise se agrava perto do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), no próximo domingo, com 3,1 milhões de inscritos em todo o Brasil.