Escaneamento em 3D do Titanic pode revelar detalhes do naufrágio
Essa é a primeira digitalização do navio que naufragou em 1912
A primeira digitalização em 3D e em tamanho real dos destroços do navio Titanic foi publicada nesta quarta-feira (17) e pode servir como ajuda para os cientistas determinarem com mais precisão as condições do famoso naufrágio.
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Publicadas pela BBC, as imagens inéditas e em alta resolução foram criadas a partir da cartografia de águas profundas. Os restos do navio afundado no mar a quase 4 mil metros de profundidade foram reconstruídos com grandes detalhes.
As câmeras nunca conseguiram capturar o barco inteiro. A reconstrução foi realizada em 2022 pela empresa de cartografia náutica Magellan LTD e a Atlantic Productions, que está produzindo um documentário sobre o projeto.
A nova digitalização pode revelar exatamente o que aconteceu com o transatlântico, enquanto os historiadores e cientistas correm contra o relógio, já que seus destroços continuam a se desintegrar.
O historiador e engenheiro Parks Stephenson, que passou muitos anos estudando o naufrágio mais famoso da história, afirmou à BBC que "agora finalmente conseguimos ver o 'Titanic' sem interpretações humanas, diretamente de evidências e dados".
"Ainda há muito a aprender" com os destroços, que são "essencialmente a última testemunha ocular sobrevivente da catástrofe", acrescentou. Ele afirma que o navio "tem histórias para contar".
Processo de digitalização
Vários submarinos, controlados à distância de um barco especializado, passaram mais de 200 horas inspecionando os restos do "Titanic" no fundo do Atlântico e registraram mais de 700 mil imagens para a versão digital.
Eles não foram autorizados a tocar em nada "para não danificar os restos", disse à BBC o chefe da Magellan Ltd, Gerhard Seiffert, que liderou a expedição.
"O outro desafio era mapear cada centímetro quadrado, até mesmo os pedaços desinteressantes como a lama entre os escombros, que ainda são necessários para preencher o espaço entre os objetos interessantes", explicou.
As imagens mostram a popa e a proa separadas e cercadas por restos do navio, como se tivesse sido levantado do fundo do mar. Elas revelam até os mínimos detalhes, como o número de série de uma das hélices.
TITANIC
Em sua viagem inaugural da cidade inglesa de Southampton até Nova York, em abril de 1912, o luxuoso transatlântico naufragou após colidir com um iceberg.
Dos 2.224 passageiros e tripulantes que viajavam a bordo do navio, o maior do mundo na época em que foi fretado, mais de 1.500 morreram.
Seus destroços foram explorados várias vezes desde sua descoberta em 1985, localizado a cerca de 650 quilômetros da costa do Canadá.