CEO da OceanGate disse que cola da estrutura do submarino era semelhante a 'manteiga de amendoim'

Rush foi alertado diversas vezes de que o design e a construção do navio eram altamente perigosos sob a pressão da água do oceano profundo

Escrito por Redação ,
CEO Stockton Rush
Legenda: CEO Stockton Rush é um dos mortos na tragédia
Foto: Divulgação/OceanGate

Em um vídeo de 2018, o CEO da OceanGate, Stockton Rush, admitiu que a cola que unia a estrutura do submarino Titan era semelhante a "manteiga de amendoim". As informações são do Daily Mail. Rush é uma das cinco pessoas que morreram ao tentar visitar os destroços do Titanic, a bordo do imersível, no dia 20 de junho. 

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Logo no início do vídeo, o CEO disse que o processo é "bastante simples, mas estragarmos tudo, não há muito espaço para recuperação". 

Segundo o Daily Mail, Rush foi alertado diversas vezes de que o design e a construção do submarino, incluindo a cola e o casco de fibra de carbono, eram altamente perigosos sob a pressão da água do oceano profundo. 

Funcionário alertou sobre problemas 

Conforme o ex-funcionário da OceanGate, David Lochridge, então diretor de operações marítimas da companhia, o submersível possuía problemas de "controle de qualidade e segurança"

Segundo a revista americana The New Republic, a descoberta ocorreu em 2018 após documentos judiciais serem obtidos. De acordo com Lochridge, os tripulantes poderiam correr perigo caso o veículo fosse atingido por temperaturas mais profundas por conta da pressão. 

Havia ainda outro possível problema com a janela do submersível. Lochridge dizia que o veículo só aguentaria pressões de até 1,3 mil metros abaixo da superfície. A intenção do passeio turístico era levar os tripulantes até 3,8 mil metros — onde estão os destroços do navio que naufragou em 1912. 

A empresa processou Lochridge por, supostamente, ter divulgado informações confidenciais sobre o submarino. O ex-diretor afirma que foi demitido injustamente da OceanGate após levar a "recusa da empresa em conduzir testes críticos e não destrutivos" do Titan.

"Os passageiros pagantes não teriam conhecimento e não seriam informados sobre esse projeto experimental, a falta de testes não destrutivos do casco ou que materiais inflamáveis ​​perigosos estavam sendo usados ​​dentro do submersível", dizia um dos documentos obtidos. 

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