'Olo': nova cor descoberta em estudo causa debate na comunidade científica
Cor foi vista após um experimento com estímulo direto às células da retina

Um estudo recente publicado na revista Science Advances revelou a descoberta de uma suposta nova cor, intitulada “olo”. Os pesquisadores apontam que ela teria sido visualizada por um grupo restrito de participantes após um experimento com estímulo direto às células da retina.
A cor foi descrita como um tom azul-esverdeado extremamente saturado, que nunca teria sido visto na natureza. No entanto, a novidade gerou controvérsias entre especialistas da área.
Em entrevista à BBC Radio 4, um dos autores do estudo, Ren Ng, explicou melhor a descoberta: "Digamos que você passe toda a sua vida vendo apenas rosa, rosa bebê, um rosa pastel. E então um dia você chega no trabalho e alguém está usando uma camisa com o rosa bebê mais intenso que você já viu, e eles dizem que é uma nova cor e ela se chama 'vermelho'".
Além disso, Ren acredita que a descoberta poderia abrir novas possibilidades para a compreensão da visão humana e, futuramente, ajudar pessoas com daltonismo.
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Críticas à descoberta
Apesar da divulgação dessa nova cor, parte da comunidade científica segue cética com a descoberta. Por exemplo, o especialista John Barbur, da St George’s University, em Londres, afirmou que o avanço técnico no estímulo isolado das células cone é notável, mas acredita que classificar o resultado como uma “nova cor” seja prematuro.
Segundo ele, o conceito de cor envolve não apenas percepção individual, mas critérios científicos e neurológicos mais amplos.
Como descobriram essa nova cor?
Para alcançar o efeito visual de “olo”, os cientistas utilizaram um sistema batizado de “Oz”. Ele é responsável por estimular apenas um tipo específico de célula fotorreceptora da retina, os cones M, que fazem a detecção de comprimentos de onda médios.
Ainda segundo a pesquisa, na visão cotidiana, qualquer estímulo luminoso ativa também células L e S, ligadas a comprimentos de onda longos e curtos. O método desenvolvido pela equipe conseguiu isolar a ativação apenas das células M.
Com essa "estimulação seletiva" o cérebro teria recebido um sinal inédito, que não ocorre na visão natural. Durante os testes, os participantes ajustaram tonalidades em uma tela até se aproximarem da percepção da nova cor.
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