Operação captura 19 suspeitos no Ceará

Escrito por Vanessa Madeira - Repórter ,

Pelo menos 19 pessoas foram capturadas na última sexta-feira (24), pela Polícia Civil do Ceará (PCCE), por envolvimento em crimes como homicídio e violência contra a mulher, além de tráfico de drogas. As detenções fazem parte da Operação Cronos, realizada em território nacional pelo Ministério da Segurança Pública. De acordo com informações parciais divulgadas pela Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), 18 homens foram presos e um adolescente foi apreendido, durante a ação. O balanço final da força-tarefa será anunciado na próxima segunda-feira (27).

No Ceará, cerca de 200 policiais civis - vinculados ao Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), à Delegação de Defesa da Mulher (DDM) e à Unidade Tática Operacional (UTO) - integraram a operação, que teve início às 6h e foi encerrada por volta de 18h.

O trabalho faz alusão ao aniversário de 12 anos da Lei Maria da Penha, ocorrido neste mês. Esta é a primeira ação nacional com foco no cumprimento de mandados contra autores de homicídios em geral contra mulheres; e relativos ao descumprimento de medidas protetivas previstas por lei.

Balanço parcial

Em todo o País, até as 17h de sexta (24), 1.029 prisões e 75 apreensões de adolescentes haviam sido efetuadas em 16 estados e no Distrito Federal. Do total de presos, 14 são suspeitos de feminicídio; 225, de homicídio; 143, de crimes relacionados à Lei Maria da Penha; e 421, de crimes diversos.

Também foram autuadas em flagrante 224 pessoas por tráfico de drogas, posse ou porte irregular de arma de fogo, dentre outros delitos. Ainda foram apreendidas 66 armas de fogo e cerca de 150kg de entorpecentes. O Ministério da Segurança Pública deve divulgar o resultado final da operação neste sábado (25).

Segundo a Pasta federal, a ação foi definida no início de julho, mesmo mês da morte da advogada Tatiana Spitzner, no Paraná. Tatiane morava com o marido, o professor de Biologia Luis Felipe Manvailer, preso e suspeito de ter assassinado a jovem e a jogado pela janela do quarto andar do prédio.

Restrição de liberdade

A superintendente do Instituto Maria da Penha, Conceição de Maria, destaca que, embora a lei tenha sido criada há mais de uma década, a realização de ações mais incisivas para punir casos de violência contra a mulher ainda é um desafio em todo o País. No entanto, segundo ela, a deflagração da Operação Cronos mostra que o Sistema Judiciário e as forças policiais têm atuado de forma mais efetiva na aplicação da legislação.

Conceição ressalta que, para as vítimas de violência doméstica, ver seus agressores em liberdade significa viver sob a constante ameaça de uma nova ocorrência. "A mulher que tem o agressor com um mandado de prisão em aberto é uma mulher encarcerada. Ela fica preocupada em acessar os locais que costuma frequentar, com medo de que, a qualquer momento, algo possa acontecer. Muitas delas têm de ficar abrigadas enquanto os agressores estão soltos. Eles que são os autores da violência, mas são elas que ficam presas", afirma a superintendente.