Ex-vereador condenado por morte de peruana em Fortaleza é solto após três meses de prisão

O crime aconteceu no dia 19 de junho de 2007, mas Benedito só foi preso neste ano

Escrito por Emanoela Campelo de Melo , emanoela.campelo@svm.com.br
peruana
Legenda: A peruana Patricia Maria Falconi de Venini foi morta em Fortaleza, no ano de 2007
Foto: Reprodução

A Justiça decidiu conceder prisão domiciliar ao ex-vereador de Camocim, Benedito Soares Pereira, condenado pela morte da peruana Patricia Maria Falconi de Venini. Benedito tem 95 anos e estava preso desde março de 2023.

O crime aconteceu no dia 19 de junho de 2007, mas Benedito só foi preso neste ano. "Esperamos por 16 anos a prisão do Benedito, uma pena que tinha que ser cumprida por 13 anos de prisão e ficou só 90 dias pela idade avançada do réu. Uma Justiça que demora não é Justiça", disse Andrea Venini, filha da vítima.

O pedido de prisão domiciliar foi feito pela defesa do réu, alegando a idade avançada e as doenças que ele tem. O Ministério Público do Ceará (MPCE) opinou pelo deferimento da prisão domiciliar por 90 dias. A Justiça adianta que o período pode ser prorrogado, mediante comprovação da continuidade da gravidade do estado de saúde de Benedito e "impossibilidade do sistema prisional oferecer os meios necessários para o tratamento adequado do interno".

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Legenda: Benedito Soares Pereira, de 95 anos, teria encomendado o crime

O PROCESSO

Em 4 de outubro de 2017, Benedito Soares foi julgado por homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima) e condenado a 14 anos de prisão. A defesa do réu entrou com recurso e ele não foi para o cárcere.

A denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE) apontou que o marido da vítima, comerciante de produtos artesanais, já havia movido quatro processos contra Benedito, e ganho uma das causas, no valor de R$ 50 mil. 

O ganho teria desagradado o ex-vereador e feito com que o réu contratasse uma pessoa se passando por cliente, marcado local e horário do encontro.

Ao chegar no local, junto com a esposa, um homem não identificado se aproximou do veículo e efetuou dois disparos, que acabaram atingindo Patricia Falconi. O réu nega a autoria do crime, alegando que não tinha motivos para determinar a morte da vítima.

 

 

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