Engenharias que Transformam: como a Produção diversifica o mercado e expande horizontes

Alex Ribeiro sempre gostou de montar e desmontar móveis e brinquedos. Foi motivado pelo pai que ele decidiu levar adiante a aptidão e estudar Engenharia

Escrito por Redação ,
Alex é um homem branco, alto, de cabelo preto. Na foto, ele está posando ao lado de materiais para a produção do aço
Legenda: Alex Ribeiro trabalha como analista de laboratório na ArcelorMittal Pecém
Foto: Arquivo Pessoal
O projeto Engenharias que Transformam é uma parceria com:

Montar, desmontar, mudar, aprimorar. Os verbos que impulsionam as decisões e vivências de Alex Ribeiro desde a infância traçam um homem em constante aprendizagem.  

Foi motivado pelo pai, que sempre trabalhou como técnico na indústria, que ele decidiu, ainda adolescente, levar adiante o gosto por construções e a aptidão para as ciências exatas e se desenvolver profissionalmente no universo das múltiplas engenharias.

Esta reportagem compõe uma série multimídia que apresenta as engenharias relacionadas à produção do aço, tendo como personagens funcionários do Grupo ArcelorMittal, no Complexo Industrial e Portuário do Pecém. Os conteúdos visam contribuir para a formação de profissionais qualificados, que poderão ocupar espaços na siderurgia cearense. O projeto “Engenharias que Transformam” é parceria da ArcelorMittal com o Sistema Verdes Mares. 

Aos 26 anos de idade, formado engenheiro de Produção pela Unifametro e trabalhando como analista de laboratório na usina da ArcelorMittal no Pecém, distrito de São Gonçalo do Amarante, no Ceará, ele se descobre, hoje, um mentor, para além do menino inquieto que gostava de construir, desconstruir e melhorar o funcionamento de bicicletas e barquinhos.

Além disso, Alex sente satisfação por realizar um sonho compartilhado com o pai. “É satisfatório ver que ele fica feliz com essa conquista. Ele não é engenheiro, não teve oportunidade de fazer [curso superior], mas é técnico”.

Alex e o pai em festa de formatura
Legenda: O pai de Alex, que sempre trabalhou como técnico na indústria, foi quem primeiro o motivou a levar adiante o gosto por construções e a aptidão para as ciências exatas
Foto: Arquivo Pessoal

Trabalho na indústria

Alex entrou há oito anos para a antiga Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), adquirida em 2023 pela multinacional ArcelorMittal. Ele foi contratado, à época, como laboratorista, por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).

Até aquele momento, estava decidido a estudar Engenharia Química. Mas, depois de entrar para a siderurgia e aprender sobre os diferentes processos de produção do aço, decidiu que queria mesmo estudar Engenharia de Produção. 

“A gente vê de tudo aqui: engenheiro químico, de produção, metalúrgico. Para mim, foi bem interessante [começar a trabalhar na usina], foi algo novo. Foi meu primeiro emprego. E, tirando a parte de conhecimentos gerais, que você pega na escola, essa questão da siderurgia, de laboratórios, é um aprendizado. Foi a partir disso que fui me desenvolvendo”, disse Alex.

Ele chegou ainda a fazer um curso técnico em Meio Ambiente para aperfeiçoar o trabalho. “Na trilha [profissional], fui laboratorista, técnico e analista. Fui me desenvolvendo até chegar ao cargo atual”. O engenheiro, porém, não se dá por satisfeito. “Existem cargos mais à frente que espero, um dia, ocupar. De gestão de área, de especialista”, vislumbra.

Profissão abrangente 

Para chegar aonde quer, Alex sabe que precisa se capacitar ainda mais. Tanto que já cursou pós-graduação em Engenharia da Qualidade e tem no currículo um MBA em Gestão de Processos. Atualmente, ele cursa idiomas — inglês e espanhol — em uma plataforma de estudos desenvolvida pela ArcelorMittal e disponibilizada gratuitamente aos funcionários.

“Hoje, vejo que, na Engenharia de Produção, dá para trabalhar em qualquer área. Na parte de matérias-primas, de recebimento de materiais, de abastecimento. E nas outras também, como controle de estoque, fluxo de produção, capacidade de produção”, resume o profissional.

Para Alex, progredir na indústria não é difícil, mas demanda estudo. “Historicamente, o pessoal comenta que a siderurgia é uma área mais difícil de progredir. Mas, avaliando esses meus oito anos, acho que tive uma evolução boa. Acho que temos que buscar conhecimento, tanto externo, em faculdades, cursos de especialização, como aqui dentro. Procurar aprender um pouco de tudo, entender os processos, a importância de cada um deles”, orienta.

Transmissão de ensinamentos

Com experiência de quase uma década na indústria, Alex já foi convocado para ser mentor de pelo menos três adolescentes do programa Jovem Aprendiz que chegaram à ArcelorMittal para aprender a técnica e a teoria da produção do aço.

Em comum nos jovens, ele diz que vê a si mesmo, oito anos atrás, “buscando conhecimento e desenvolvimento profissional, com vontade de aprender”. “Quando eles chegam, ensino a procurar desenvolvimento, conhecer os processos e não fazer aquilo só por fazer. Entender a importância de cada coisa que se faz e o impacto no produto final”, compartilha.

O conselho também é dado por ele a jovens de Caucaia, onde mora, que demonstram interesse em seguir carreira nas Engenharias. “Várias vezes perguntam como faz para entrar na siderurgia e tento direcionar. O que chama atenção é a estrutura da empresa e o processo em si, quando nos veem recebendo carvão, minério, e, no final, uma placa de aço”, comenta.

O trabalho como engenheiro de produção

Para Alex, o mercado de trabalho para quem decide estudar Engenharia — qualquer uma, mas, especialmente, a de Produção — é bastante amplo. “Em praticamente toda indústria existe processo e a necessidade de um engenheiro de produção”, ele diz, seja em uma função técnica ou de gestão.

Ele explica que a profissão é responsável por, basicamente, estudar processos, otimizar custos e layouts, agregar valor ao produto e fazer mais com a menor quantidade de insumos.

Na ArcelorMittal, o engenheiro é responsável especificamente por garantir a qualidade do processo produtivo do aço. “Sou responsável por pegar as normas e aplicar nos nossos procedimentos. Assim, garantindo que todas as análises que fazemos tenham um padrão de qualidade. [...] O pessoal costuma dizer que os nossos laboratórios são os ‘olhos’ do processo. A gente está envolvido desde o início, quando faz a análise e na questão contratual, até o fim, para garantir que o que está sendo produzido atende às especificações do cliente”.

O que faz um engenheiro de produção?

Profissionais da Engenharia de Produção têm formação científica e tecnológica para atuar tanto na indústria como em praticamente todas as áreas que comercializam materiais, serviços, tecnologia e informação, conforme a Universidade Federal do Ceará (UFC).

Gerência de Produção: Planejamento e Controle da Produção, Sistemas de Produção, Simulação da Produção, Projeto de Fábrica e Layout, Processos de Fabricação, Automação, Gestão da Manutenção, Gerenciamento da Construção Civil, Gestão Agro-industrial, Logística, Organização do Trabalho, Engenharia de métodos; 

  • Qualidade: Gestão da Qualidade, Engenharia da Qualidade, Normalização e Certificação para a Qualidade, Metrologia, Confiabilidade de Equipamentos, Máquinas e Produtos, Qualidade em Serviços; 
  • Gestão Econômica: Engenharia Econômica, Gestão de Custos, Análise e Gerenciamento de Projetos, Análise de Investimentos; 
  • Ergonomia e Segurança do Trabalho: Organização do Trabalho, Ergonomia do Produto, Ergonomia do Processo, Psicologia do Trabalho, Segurança do Trabalho e Riscos Industriais, Biomecânica Ocupacional; 
  • Engenharia do Produto: Pesquisa de Mercado, Planejamento e Projeto do Produto, Marketing do Produto, Gerenciamento de Projeto; 
  • Pesquisa Operacional: Programação Matemática, Decisão Multicritério, Processos Estocásticos, Simulação, Teoria da Decisão e Teoria dos Jogos, Séries Temporais, Pesquisa Operacional Soft, Inteligência Computacional; 
  • Estratégia e Organizações: Avaliação de Mercado, Planejamento Estratégico, Estratégias de Produção, Organização Industrial, Marketing Estratégico Industrial, Redes de Empresas; 
  • Gestão da Tecnologia: Inovação Tecnológica, Impactos e Riscos Tecnológicos e Redes de Empresas; 
  • Sistemas de Informação: Sistemas de Informações Gerenciais, Sistemas de Apoio à Decisão, Planejamento de Sistemas de Informação e Administração Estratégica da Informação; 
  • Gestão Ambiental: Políticas Ambientais, Sistemas de Gestão Ambiental, Gestão Energética, Gestão de Resíduos. 

Essas atividades podem ser desenvolvidas em indústrias metalúrgicas, químicas, alimentícias, de construção civil e muitas outras.

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