O professor ainda é referência?
De um lado, vemos que o estado do Ceará possui 82 das 100 melhores escolas, avaliadas pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), por outro lado, apenas 3,3% dos estudantes brasileiros querem ser professores, segundo pesquisa do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa). Você deve estar se perguntando, qual a relação destes dados? Percebo que os esforços de professores para que alunos e escolas sejam bem avaliadas não é proporcional à admiração pela profissão.
O mundo tem sido transformado pela tecnologia, pelos novos mecanismos de buscas, pela ciência e pela educação. Diariamente, temos sido atravessados pela agilidade das coisas, pelas revoluções das Inteligências Artificiais (IA). Quando pensamos que cada vez mais estamos imersos em um mundo movido pela inovação, percebemos que o fator humano é ainda mais necessário.
Ao chegar no nível superior, a relação entre professor e aluno ganha uma nova roupagem, uma nova dimensão. Esta dimensão não é somente no campo acadêmico, mas no âmbito do trabalho. Tomamos nossos professores como referência de profissionalismo, criatividade e desenvoltura. Perceber que, nesta jornada intensa, de referenciar um profissional que forma todas as profissões, é um caminho para aproximar aluno e docente a partir de competências que os tornam únicos e direcionam para novos horizontes de possibilidades na carreira.
Além disso, a pandemia reacendeu a necessidade de valorização do profissional da educação. Acredito que o aprendizado precisa ser múltiplo e aliado aos valores humanos, além da experiência de mercado que torna a educação mais completa, porque, assim, podemos aproximar o aluno ao seu referencial, o professor, assim como proporcionar uma educação acessível entre todos e para todos.
Rivânio Paulino da Silva é professor e diretor de gestão estratégica do ISGH