M&A e captação de recursos: preparação estratégica em tempos de mudança econômica

Em um cenário econômico dinâmico, a preparação estratégica é o fator chave para o sucesso

Escrito por Luidy Yamawaki ,
Advogado e sócio da Arêa Leão
Legenda: Advogado e sócio da Arêa Leão

Nos últimos anos, o mercado de fusões e aquisições (M&A) e a captação de recursos têm enfrentado uma transformação acelerada, impulsionada pela instabilidade econômica, taxas de juros elevadas e incertezas políticas. Em um cenário assim, a preparação estratégica é essencial para empresas que buscam expandir, captar investimentos ou até mesmo vender seus negócios.
 
Um processo de M&A começa muito antes de se escolher um comprador ou alvo para se adquirir. O momento certo para realizar uma aquisição ou venda é crucial, pois o mercado de M&A é cíclico e dependente de condições econômicas, da maturidade do setor e oportunidades de mercado. Empresas precisam estar preparadas não apenas financeiramente, mas também estruturalmente, pois as motivações, a estratégia e os objetivos devem ser claros.
 
Uma emissão estruturada via mercado de capitais se tornou uma alternativa viável para muitas empresas. Com empresas mais maduras, o mercado e estruturas mais acessíveis, captar crédito estável e de longo prazo tem se tornado uma realidade para empresas médias.
 
M&A e operações de mercado de capitais podem parecer estratégias opostas, mas frequentemente se complementam, permitindo que as empresas se reestruturem ou cresçam mais rapidamente, seja por meio de aquisições ou de novos investimentos.
 
O mercado de M&A sofreu retração relevante em 2023, com queda de mais de 14% no número de transações, e em 2024 aponta nova retração de cerca de 25% do volume de transações comparadas ao ano anterior.
 
Já as operações de mercado de capitais (como debêntures, notas comerciais, CRIs e CRAs) seguem em forte crescimento, superando a marca de mais de R$ 541 bilhões em emissões somente no anos 2024, superando em mais de 15% o volume de emissões do ano de 2023 inteiro. Especial destaque às emissões de Debêntures que somaram mais de R$ 315 bilhões de janeiro a setembro deste ano e superaram em mais de 33% todas as emissões do ano passado.
 
São números expressivos, inclusive as de emissões de Notas Comerciais, instrumento criado para ser uma alternativa de financiamento menos burocrática e facilitar a entrada de companhias de menor porte no mercado de capitais. Foram quase R$ 35 bilhões de emissões de Notas Comerciais de janeiro a setembro deste ano, e as empresas de capital fechado e limitadas responderam por 79,9% do volume de emissões.
 
Entretanto, qualquer destas estratégias exige preparação cuidadosa. Ambas as estruturas envolvem etapas complexas de preparação, negociação, diligência e instrumentalização.
 
Em um cenário econômico dinâmico, a preparação estratégica é o fator chave para o sucesso. Empresas bem preparadas conseguem identificar oportunidades e se adaptar aos desafios. Como assessores  estratégicos, com expertise financeira e jurídica, nosso papel é ajudar as empresas a enxergarem essas oportunidades e se prepararem adequadamente para alcançar o sucesso nas transações.