Estamos nos reinventando

Escrito por José Alves ,

Diante da pandemia e suas consequências, professores e professoras, tivemos que adequar nossas rotinas ao dia a dia do trabalho em casa, entendendo que, além de disseminadores de conhecimento, somos também ponto de apoio e acolhida aos estudantes.

No entanto, fazer isso sem esquecer de nossa própria saúde mental tem sido um grande desafio. Pesquisa realizada pelo Instituto Península mostra que, antes da pandemia acometer o Brasil, 88% dos 7.773 professores entrevistados nunca tinham dado aula a distância, por exemplo.

As radicais e repentinas transformações a que fomos submetidos não trazem consigo estratégias para trabalharmos neste contexto e também pensarmos o autocuidado. Não é à toa, que, na mesma pesquisa, 67% dos educadores disseram que estão ansiosos, 38% cansados, 36% entediados e 34% sobrecarregados. 
Como coordenador pedagógico, lido com a sobrecarga dos professores, aprendendo a gerenciar seus próprios tempos, buscando se reinventar com a utilização de novas ferramentas pedagógicas que auxiliem no aprimoramento de suas aulas.

Estamos aprendendo isso no fazer diário e na construção da empatia e solidariedade entre nós próprios, nossos alunos e os demais atores que formam a comunidade escolar.

É importante desacelerar, dar tempo para os educadores se apropriarem das ferramentas de atuação junto aos alunos e colocar também à disposição diferentes tipos de apoio, desde a infraestrutura digital até o suporte emocional para que atravessem este período.

Para isso, precisamos entender como fortalecer redes de educação, envolver outros atores da comunidade escolar e dar respostas às dificuldades da pandemia de maneira conjunta. E que estas respostas contribuam, por exemplo, com um projeto político pedagógico que estimule ainda mais a aprendizagem cooperativa e auxilie a autonomia e o protagonismo dos estudantes.

José Alves

Educador, um dos orientadores do projeto Tenda Móvel

Consultor pedagógico
Davi Marreiro
16 de Abril de 2024