Boris Johnson se recupera do novo coronavírus, mas governo é criticado por resposta à doença

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, "se recupera bem, está de bom humor", de acordo com o ministro do gabinete, Michael Gove, ao canal de televisão Sky News. Ao mesmo tempo, aumentam as críticas da imprensa à lentidão de sua resposta à pandemia de coronavírus. Pelo o premiê ainda estar em tratamento, suas instruções foram transmitidas ao Executivo.

As funções foram passadas pelo chefe de Governo, que recebeu alta no último domingo (12) do hospital, a Dominic Raab, o ministro das Relações Exteriores que o substitui durante o período de recuperação à frente do governo.

O Reino Unido é um dos países da Europa mais afetados pela COVID-19. O número de mortos nos hospitais subiu para 15.464, de acordo com o balanço oficial atualizado divulgado no sábado (18).

Mas os balanços diários incluem apenas os óbitos de pacientes em hospitais que apresentaram resultado positivo, e não contabilizam as pessoas que perderam a vida em casas de repouso para idosos ou em suas residências.

As organizações que representam as casas de repouso calculam que entre 4.000 e 7.500 pessoas morreram nestes centros.

O governo britânico decidiu, na quinta-feira (16), prolongar por pelo menos outras três semanas o confinamento, decretado em 23 de março.

"O número de mortos é muito preocupante", disse Michael Gove. "A taxa de infecções e a taxa de mortalidade diminuem, mas não estamos em absoluto seguros de estar em uma trajetória descendente", completou, ao citar a condição que o governo deseja ver estabelecida antes de flexibilizar as medidas de confinamento.

Desde o início da pandemia, o governo é acusado de demorar a reagir. O jornal Sunday Times voltou à carga neste domingo, ao denunciar que o Executivo ignorou os alertas de cientistas e os pedidos para obter equipamentos de proteção para os profissionais de saúde nos hospitais. Também afirma que Boris Johnson faltou a várias reuniões de crise sobre o vírus.

Em um artigo no jornal Mail on Sunday, o líder do Partido Trabalhista, o principal da oposição, Keir Starmer, afirma que o governo demorou muito para decretar o confinamento, aumentar o número de testes de diagnóstico e fornecer material de proteção aos profissionais da saúde.